"Eu não compactuo da ideia do Sr. Thomas Bach", diz, no entanto, um dos maiores especialistas no assunto, o engenheiro ambiental David Zee, professor de Oceanografia da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
"Eu acho que a Baía de Guanabara tem condições de qualidade da água bastante flutuantes, bastante oscilantes, porque, dependendo da maré, ela pode estar em condição ruim ou numa boa condição. O que acontece é que, neste inverno, nós estamos há várias semanas sem chuva, o que é bom para a Baía de Guanabara porque a chuva drena grande quantidade de poluentes da cidade para dentro da baía."
O Professor Zee explica que, como estamos em uma época de seca, a poluição que chega à baía é menor, mas isso não quer dizer que ela esteja totalmente descontaminada. "Ela tem oscilações, flutuações de bons e maus momentos, principalmente na maré vazante. Se só temos condição de maré vazante, aí, sim, dependendo do local da baía, porque há locais em melhores condições e locais em piores condições."
O especialista em Oceanografia acrescenta que "felizmente os locais onde serão feitos os eventos olímpicos de vela são mais próximos da boca da Baía de Guanabara, que recebe grande influência das águas boas do mar durante a maré enchente. A entrada das águas limpas do mar sem dúvida nenhuma deixa essa região em melhores condições, diferentemente de alguns pontos a oeste e no fundo da baía que recebe uma carga de poluição muito grande dos rios Sarapuí, Pavuna e Meriti. Isto drena extensas áreas densamente povoadas, áreas que têm muito poucos equipamentos de saneamento básico. Desta forma, uma quantidade muito grande de sujeira acaba chegando à Baía de Guanabara."