"Infelizmente, o Ocidente apoia o terrorismo e se coloca ao lado dos golpistas", disse o chefe de Estado, discursando em Ancara, em resposta às críticas dos EUA e dos países europeus sobre a extensão dos expurgos iniciados após o golpe fracassado.
Ancara pediu a Washington a extradição de Gulen, mas os EUA ainda não consentiram com a exigência.
"Como é possível, já que somos parceiros estratégicos, que eu lhes peça para entregar alguém com base em um documento de segurança nacional para a Turquia e que vocês continuem a escondê-lo e a protegê-lo?", bradou Erdogan, referindo-se aos EUA.
O presidente turco disse ainda que Gulen tira a maior parte de sua receita dos Estados Unidos, supostamente ganhando “entre 200 e 300 milhões de dólares” apenas através das escolas administradas por fundações ligadas a ele.
Pela primeira vez desde a tentativa de golpe ocorrida no dia 15 de julho, a Turquia teve na segunda-feira (1º) seus primeiros contatos de alto nível com os EUA, recebendo o chefe do Estado-Maior norte-americano, general Joseph Dunford.
Além disso, ele criticou Berlim por permitir discursos por videoconferência de autoridades do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que combate o exército turco desde o fim do cessar-fogo, em julho de 2015.
O PKK luta pela autonomia curda e é considerado uma organização terrorista pela Turquia, bem como pelos EUA e pela União Europeia.