No relatório de 441 páginas, do qual leu apenas os principais pontos, o Senador Anastasia reiterou o seu entendimento ao afirmar que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade ao utilizar verbas não autorizadas pelo Congresso Nacional.
Em torno das posições manifestadas por Antônio Anastasia em seu relatório, Sputnik Brasil ouviu o líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Paulo Rocha (PT-PA). O senador petista disse não ter se surpreendido com o voto do colega de Minas Gerais, e que a bancada do PT está empenhada para, no julgamento em Plenário, tentar reverter o quadro que, neste momento, é desfavorável à presidente afastada.
Ainda na entrevista, Paulo Rocha refutou os rumores de que o PT teria abandonado a presidente à sua própria sorte, conforme publicado por alguns órgãos da mídia.
O relatório de Antônio Anastasia será debatido na quarta-feira, 3, pela Comissão Especial do Impeachment, e na quinta-feira, 4, será votado. Na próxima semana, na terça-feira, 9, será debatido em Plenário.
Segundo o Senador Paulo Rocha, "na verdade, esse último relatório é uma peça que faz parte de uma obra acabada desde o início. Nós já estávamos preparados para esse resultado, e por isso estamos fazendo uma declaração de voto que mostra a posição de nossa bancada, e no voto em separado é a posição do bloco que sempre defende a volta da presidente e a normalidade da democracia em nosso país".
O Senador Paulo Rocha julga, também, ser possível salvar a presidente.
"Estou muito otimista pelo que temos conversado e trabalhado nesses últimos tempos. Acho que nossa atuação na Comissão mostrou para a sociedade brasileira que não há crime, que realmente é uma conspiração política que se criou a partir de uma maioria parlamentar e que isso está colocando em xeque nossa democracia."
"Nosso esforço aqui não é só pela volta da presidente", finaliza Paulo Rocha, "até porque seria uma injustiça cassá-la, porque ela não cometeu crime nenhum de responsabilidade. É uma pessoa honesta e, mais ainda, tem a legitimidade porque saiu das urnas. A nossa briga maior é para que não se interrompa a democracia ainda jovem que estamos construindo em nosso país, pois isso coloca em xeque todos os avanços e conquistas que tivemos com vários governos advindos dessa própria democracia."