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Líder do PT no Senado: 'Impeachment de Dilma põe em xeque a nossa democracia'

ENTREVISTA COM SENADOR PAULO ROCHA 2 DE 02 08 16
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Relator do processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff, o Senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) recomendou à Comissão Especial do Senado nesta terça-feira, 2, o prosseguimento do processo e a sua condução ao Plenário do Senado. O Senador Paulo Rocha comenta o fato para a Sputnik.

No relatório de 441 páginas, do qual leu apenas os principais pontos, o Senador Anastasia reiterou o seu entendimento ao afirmar que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade ao utilizar verbas não autorizadas pelo Congresso Nacional.

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Em torno das posições manifestadas por Antônio Anastasia em seu relatório, Sputnik Brasil ouviu o líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Paulo Rocha (PT-PA). O senador petista disse não ter se surpreendido com o voto do colega de Minas Gerais, e que a bancada do PT está empenhada para, no julgamento em Plenário, tentar reverter o quadro que, neste momento, é desfavorável à presidente afastada.

Ainda na entrevista, Paulo Rocha refutou os rumores de que o PT teria abandonado a presidente à sua própria sorte, conforme publicado por alguns órgãos da mídia.

O relatório de Antônio Anastasia será debatido na quarta-feira, 3, pela Comissão Especial do Impeachment, e na quinta-feira, 4, será votado. Na próxima semana, na terça-feira, 9, será debatido em Plenário.

Segundo o Senador Paulo Rocha, "na verdade, esse último relatório é uma peça que faz parte de uma obra acabada desde o início. Nós já estávamos preparados para esse resultado, e por isso estamos fazendo uma declaração de voto que mostra a posição de nossa bancada, e no voto em separado é a posição do bloco que sempre defende a volta da presidente e a normalidade da democracia em nosso país".

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O líder do PT no Senado pensa ainda que "o resultado da Comissão já está definido: 15 a 5, que é a correlação de forças lá. Nossa estratégia é mudar isso no Plenário, na votação definitiva, no final do mês, onde precisamos consolidar o voto dos 22 senadores que já haviam votado pelo não afastamento dela e ao mesmo tempo consolidar de 6 a 8 votos que estamos articulando para que com esses 28 ou 29 votos nós impeçamos que eles tenham 54 votos para o afastamento definitivo da presidente. Este é o centro da questão e o embate político que vai haver nesse mês de agosto".

O Senador Paulo Rocha julga, também, ser possível salvar a presidente.

"Estou muito otimista pelo que temos conversado e trabalhado nesses últimos tempos. Acho que nossa atuação na Comissão mostrou para a sociedade brasileira que não há crime, que realmente é uma conspiração política que se criou a partir de uma maioria parlamentar e que isso está colocando em xeque nossa democracia."

"Nosso esforço aqui não é só pela volta da presidente", finaliza Paulo Rocha, "até porque seria uma injustiça cassá-la, porque ela não cometeu crime nenhum de responsabilidade. É uma pessoa honesta e, mais ainda, tem a legitimidade porque saiu das urnas. A nossa briga maior é para que não se interrompa a democracia ainda jovem que estamos construindo em nosso país, pois isso coloca em xeque todos os avanços e conquistas que tivemos com vários governos advindos dessa própria democracia."

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