"Além de participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, em 05/08, o Presidente cumpre agenda de encontros junto às comunidades luso-brasileiras do próprio Rio, além de São Paulo e Recife", diz a agenda presidencial divulgada, sem fazer nenhuma referência a encontros políticos. Marcelo Rebelo de Sousa chega no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 3 de agosto, e retorna à Portugal na próxima quarta-feira, dia 10.
A ausência de encontros bilaterais é explicada com uma possível visita programada para novembro com essa finalidade. A ideia, dessa vez, é fazer uma agenda mais cultural. Está prevista apenas uma reunião com o governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, já que será no Palácio da Guanabara que o presidente será recebido pela comunidade portuguesa que residente na capital fluminense.
O presidente português também visitará São Paulo e o Recife para se reunir com portugueses que vivem nessas duas cidades. Na capital financeira do Brasil, Rebelo de Sousa será recebido por empresários. Ele também terá um encontro (à primeira vista, uma reunião formal) com o filho mais velho, Nuno Rebelo de Sousa, que é presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio do Brasil.
Na quarta-feira, ele fará a entrega da bandeira da República Portuguesa ao velejador João Rodrigues em cerimônia a ser realizada no Rio de Janeiro, já que este será o porta-estandarte do país nas Olimpíadas. No mesmo dia, Marcelo visitará a exposição “Leopoldina, Princesa da Independência das Artes e das Ciências” no Museu de Arte e, depois, conhecerá o Museu do Amanhã, tudo na capital fluminense.
A agenda cultural continua em São Paulo, onde Rebelo de Sousa vai inaugurar uma exposição sobre a fadista Amália Rodrigues chamada "Saudades do Brasil em Portugal" no Consulado Geral de Portugal e será recebido por representantes da Câmara de Comércio local. No Recife, o presidente visitará o Hospital Beneficência Portuguesa e terá um momento com a comunidade lusa na cidade antes de regressar a Portugal.
Fontes consultadas em off pela Sputnik dizem que o âmbito político, definitivamente, não fará parte da viagem. Um possível encontro com representantes do governo interino só vai acontecer, dizem, durante a abertura dos jogos, sem formalidades. No entanto, nenhuma das fontes justifica a ausência da agenda política pelo fato do governo de Temer ser considerado golpista por muitos portugueses. Há no país uma pressão para que tanto o presidente quanto o primeiro-ministro, António Costa, se manifestem em repúdio ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Até agora, no entanto, nenhuma ação foi tomada nesse sentido. O governo português prefere o confortável lugar de observador enquanto a crise política da ex-colônia não parece estar perto do fim.