Cinco métodos russos de combater o terrorismo doméstico que a Europa poderia aprender

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Exercícios antiterroristas na cidade russa de Kaliningrado - Sputnik Brasil
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O jornalista russo Albert Naryshkin descreve como serviços de segurança russos trabalham para defender o país e seu povo contra uma ameaça sempre presente – o terrorismo islâmico radical.

Segundo o jornalista, existem cinco métodos principais usados por serviços de segurança russos na luta contra o terrorismo e que não são praticados por seus homólogos europeus.

Primeira linha de defesa: o Sistema de Registro

O sistema de registro é a primeira linha de defesa, explica o jornalista. O sistema contém dados de residência e migração interna de cidadãos russos dentro da Rússia e habitualmente eles têm passaportes internos russos (documentos de identificação) com eles.

Enquanto cidadãos legais, as pessoas "têm acesso fácil a todos os serviços ao apresentar sua identificação, um estrangeiro ilegal sem documentos será detectado imediatamente em todo o tipo de situações. Ele não terá acesso a uma grande parte da atividade diária. E embora seja possível forjar documentos, vale a pena lembrar que muitos falsificadores de documentos são informadores da polícia".

Islã: usando a tradição contra o radicalismo

A segunda "arma secreta" da Rússia contra o terrorismo é o próprio Islã, observa o jornalista.

"A Rússia, ao contrário da Europa, tem o seu próprio, Islã tradicional nativo. <…> Tem comunidades muçulmanas com suas próprias maneiras de viver, relacionamentos e hierarquias estabelecidas. Se um russo crê em Allah, ele não vai numa mesquita clandestina, onde pregadores estrangeiros vêm recrutar terroristas”.

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"Recentemente a Rússia ofereceu apoio para o Islã tradicional – tem universidades, onde imãs são ensinados por especialistas religiosos locais, e não como antes, quando eles eram ensinados por salafistas da Arábia Saudita e Turquia. Infelizmente, já tivemos uma amostra do que os alunos aprenderam lá.”

Atirar primeiro, perguntar depois

Além dos elementos acima referidos, Naryshkin recordou que a Rússia também tem um "remédio doméstico" especial "contra os radicais particularmente violentos que não querem ouvir a razão, ou os ‘veteranos’, que fogem para as florestas para "lutar pela sua fé". Para eles, a Rússia tem uma série de regras que os países europeus podem achar "muito antidemocráticas".

Elas incluem as leis russas, segundo as quais os corpos de terroristas não são entregues a seus familiares. "O ritual e local de seu sepultamento permanece secreto. Para os muçulmanos esta é uma incerteza e dor: porque eles poderão não ser enterrados de acordo com os costumes islâmicos.”

Além disso, as novas leis não obrigam as autoridades a preservar a habitação dos terroristas, se a polícia e os serviços de segurança enfrentam o risco de serem mortos durante um assalto a uma casa de terroristas.

"As autoridades podem simplesmente enviar para lá um tanque, atirar sobre a casa do terrorista e descobrir depois se há alguém vivo lá dentro. Ou há uma opção mais parcimoniosa — disparar com um lançador de granadas."

Trabalhadores migrantes: controle apertado

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O sistema russo possui um banco de dados sobre todos os trabalhadores convidados com detalhes do passaporte e registros sobre seus padrões de entrada e saída do país. "Em segundo lugar, uma lei importante é que de hóspedes só podem viver na região em que estão registrados."

"Mas o principal," de acordo com o jornalista, "é a introdução de um sistema de patentes para os migrantes empregados. Contabilidade fiscal é uma coisa séria: além de pagarem impostos, os trabalhadores migrantes são registrados para que as autoridades saibam onde eles estão, de onde vieram e para onde estão indo.”

A Internet: combate à propaganda terrorista

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A Rússia também está travando uma guerra contra o terrorismo na Internet, observa Naryshkin. O órgão regulador de telecomunicações nacional Roskomnadzor pode pedir ordens judiciais para bloquear sites, classificar material como "extremista" e proibir sua distribuição.

“Após o início de uma onda de ataques terroristas na Europa [no mês passado], surgem questionamentos sobre como parar os atacantes suicidas solitários. <…> A maneira mais fácil de lutar contra os recrutadores, pregadores e disseminadores dessa propaganda infecciosa na Internet é impedir as pessoas de a lerem."

Na conclusão do seu artigo analítico, Naryshkin enfatizou que, infelizmente, nunca há garantias de total segurança contra o terrorismo. No entanto, os russos podem tem confiança no profissionalismo dos serviços de segurança para os protegerem contra a ameaça. Os países europeus, por sua vez, podem apreender com a experiência russa.

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