Ex-chefe da inteligência de Israel explica como travar terroristas solitários

© REUTERS / Mohamad TorokmanPolícia de Jerusalém, Israel
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A luta contra o “terrorismo solitário” que Israel e os países europeus enfrentam requer dos serviços de segurança o reforço do controle da Internet onde este fenômeno "madura", disse Iakov Kedmi, ex-chefe da inteligência israelense Nativ.

Segundo especialistas citados pela RIA Novosti, a espontaneidade dos terroristas que não estão ligados a algum grupo extremista dificultam a vigilância e, consequentemente, a prevenção dos ataques.

"É cada vez mais popular o tipo de terrorismo em que uma pessoa absorve a ideologia radical sem entrar em contato com qualquer organização… A mídia, a Internet permitem fazer tudo de maneira autónoma. É bastante fácil adquirir, comprar uma arma, explosivos ou usar aquilo que está ao alcance – uma faca, um machado, um automóvel", explica o especialista israelense.

"A luta contra eles (os terroristas solitários) requer um controle mais eficaz de todos os meios de comunicação e seus usuários… O trabalho de supervisão da Internet, um dos meios principais de comunicação e lavagem cerebral, treinamento dos terroristas, deve ser abordado a um nível absolutamente diferente de ponto de vista de lei, tecnologias, análise e reação rápida pela inteligência e polícia", aconselha Iakov Kedmi aos europeus.

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A série dos ataques árabes que começaram no outono passado e levou quase 40 vidas é considerada ações dos solitários, embora as autoridades, agrupamentos palestinos e mídia controlada por eles sejam acusadas de fomentar humores radicais, especialmente entre jovens.

"Este problema não está resolvido, mas a eficácia [dos terroristas] tornou-se menor. Mantemos, aumentamos o controle de todos os meios de comunicação, propaganda ou treinamento dos terroristas potenciais, e isso leva a resultados", afirma Kedmi.

Por que a Europa não é Israel

Segundo o especialista, os europeus terão dificuldades em repetir os êxitos israelenses por uma série de diferenças de princípio.

De acordo com o especialista, a diferença principal é que os atentados ou tentativas de atentados em Israel são realizados não por cidadãos de Israel ou árabes israelenses, mas sim por árabes dos territórios [palestinos].

Ao contrário, na Europa, os terroristas estão mais integrados na sociedade que eles atacam, e as forças de segurança que lhes fazem frente estão muito pior preparadas:

"Na Europa a situação é completamente diferente. Primeiro, os terroristas estão no território dos países que atacam, uma parte deles é nativa ou possui a cidadania local. Segundo, não há um sistema de segurança estatal, uma doutrina de luta organizada de todo o país contra o terror", explica Kedmi.

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Segundo ele, o atentado em Nice é uma tragédia, mas também uma vergonha para a França:

"É difícil imaginar um comportamento mais vergonhoso da polícia e dos serviços de segurança do que foi em Nice".

Iakov Kedmi opina que, para mudar a situação, os países europeus devem reorganizar-se, incluindo do ponto de vista da legislação. É necessário aumentar a coordenação entre estruturas do Estado. Além disso, é preciso aumentar o nível profissional dos policiais e da inteligência.

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