Segundo especialistas citados pela RIA Novosti, a espontaneidade dos terroristas que não estão ligados a algum grupo extremista dificultam a vigilância e, consequentemente, a prevenção dos ataques.
"É cada vez mais popular o tipo de terrorismo em que uma pessoa absorve a ideologia radical sem entrar em contato com qualquer organização… A mídia, a Internet permitem fazer tudo de maneira autónoma. É bastante fácil adquirir, comprar uma arma, explosivos ou usar aquilo que está ao alcance – uma faca, um machado, um automóvel", explica o especialista israelense.
"A luta contra eles (os terroristas solitários) requer um controle mais eficaz de todos os meios de comunicação e seus usuários… O trabalho de supervisão da Internet, um dos meios principais de comunicação e lavagem cerebral, treinamento dos terroristas, deve ser abordado a um nível absolutamente diferente de ponto de vista de lei, tecnologias, análise e reação rápida pela inteligência e polícia", aconselha Iakov Kedmi aos europeus.
"Este problema não está resolvido, mas a eficácia [dos terroristas] tornou-se menor. Mantemos, aumentamos o controle de todos os meios de comunicação, propaganda ou treinamento dos terroristas potenciais, e isso leva a resultados", afirma Kedmi.
Por que a Europa não é Israel
Segundo o especialista, os europeus terão dificuldades em repetir os êxitos israelenses por uma série de diferenças de princípio.
De acordo com o especialista, a diferença principal é que os atentados ou tentativas de atentados em Israel são realizados não por cidadãos de Israel ou árabes israelenses, mas sim por árabes dos territórios [palestinos].
Ao contrário, na Europa, os terroristas estão mais integrados na sociedade que eles atacam, e as forças de segurança que lhes fazem frente estão muito pior preparadas:
"Na Europa a situação é completamente diferente. Primeiro, os terroristas estão no território dos países que atacam, uma parte deles é nativa ou possui a cidadania local. Segundo, não há um sistema de segurança estatal, uma doutrina de luta organizada de todo o país contra o terror", explica Kedmi.
"É difícil imaginar um comportamento mais vergonhoso da polícia e dos serviços de segurança do que foi em Nice".
Iakov Kedmi opina que, para mudar a situação, os países europeus devem reorganizar-se, incluindo do ponto de vista da legislação. É necessário aumentar a coordenação entre estruturas do Estado. Além disso, é preciso aumentar o nível profissional dos policiais e da inteligência.