De acordo com o correspondente do jornal, Michael Powell, na maior parte dos anos 80 e 90 os Estados Unidos tinham sérios problemas com doping em esportes olímpicos e, ao mesmo tempo, o Comitê Olímpico Nacional dos EUA encorajou essa prática.
"Nossos dirigentes e patrocinadores olímpicos, bem como vários representantes da mídia, fecharam os olhos e taparam os ouvidos quando se tratava do abuso de substâncias entre os atletas norte-americanos", observa o repórter.
Como exemplo, ele relata o caso de 1987, quando o esquiador Kerry Lynch, em quem foram depositadas grandes esperanças, viajou para a Alemanha, onde um médico norte-americano lhe fez uma transfusão de sangue, enriquecendo suas células vermelhas para aumentar a resistência do atleta. Poucos dias depois, ele obteve o 2º lugar no combinado no mundo de esqui nórdico: foi o melhor resultado da equipe americana no esporte.
No entanto, a decepção foi revelada, Lynch confessou tudo e se descobriu que o então diretor do programa do esqui nórdico dos Estados Unidos, Jim Page, havia concordado com o plano de doping.
A Federação Internacional de Esqui baniu Lynch para toda a vida. Ao mesmo tempo, o Comitê Olímpico Nacional dos EUA tratou Page muito melhor, ele nem só não perdeu seu emprego, como também recebeu uma nova atribuição.
"Centenas de atletas e treinadores conseguiram escapar", frisou.
Em particular, o famoso treinador de atletismo Pat Connelly admitiu que pelo menos 20 atletas norte-americanos provavelmente usaram substâncias dopantes durante os Jogos Olímpicos em Seul em 1988.
"E assim por diante. É incrível como vários desempenhos atléticos daqueles tempos ainda são recordes mundiais", observou Powell.
Ao mesmo tempo, de acordo com o jornalista, depois de muitos anos de silêncio, a situação com o doping foi resolvida nos Estados Unidos. Agora, a agência anti-doping "persegue ativamente" os atletas e treinadores que recorrem à dopagem.