Nas últimas semanas, os comentaristas ocidentais têm mostrando uma tendência de culpar Moscou de tudo – desde o Brexit ao aumento da popularidade de Donald Trump. Krastev escreve que, embora mesmo na Rússia haja disposições antiamericanas semelhantes, a difusão do "pânico sobre Putin" no Ocidente faz pasmar.
"É lógico que Putin quer que Trump se torne o presidente dos Estados Unidos. <…> Mas é um enorme exagero pensar que a influência russa irá determinar o resultado das eleições ou que o próprio país vai tentar influenciar este processo", se lê no artigo.
Tudo isto dificulta a discussão produtiva das questões sérias e não permite construir relações eficazes com Moscou.
Os próprios políticos americanos usam como estratégia pré-eleitoral a assim chamada "culpa de Putin", mas isto também cria dúvidas. As pesquisas mostram que os americanos não sentem uma forte ameaça por parte da Rússia — eles estão mais preocupados com o terrorismo, migração e desemprego.
"A obsessão por Putin", assim, apenas confirma a tese dos republicanos que os democratas perderam o contato com os americanos comuns, pensa o autor.