Notícias mais recentes dão conta de ser crescente o interesse da China pelo Brasil. De janeiro a julho de 2016, o Brasil recebeu da China mais de US$ 10,6 bilhões. E, como tem sido uma característica, o interesse dos chineses se concentra em empresas de produção e geração de energia e naquelas ligadas aos setores de infraestrutura.
O economista Roberto Fendt, secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, confirma este objetivo por parte da China, não só no Brasil mas também em escala global:
“Há um interesse muito grande por parte das empresas da China de investir no exterior e não apenas no Brasil. No Brasil, estes investimentos começaram por englobar diversos interesses e com o passar do tempo passaram a priorizar setores específicos que atendem à demanda chinesa.”
Ainda nas palavras de Fendt, “a China é um país que depende, fortemente, da importação de alimentos. Então, há um interesse muito grande dos chineses em investir no agronegócio brasileiro. Mas isso não é tudo, e a China percebeu que, no caso do Brasil, também se mostrou interessante voltar-se para os projetos de infraestrutura, de forma a escoar a produção agrícola brasileira exportada para o país. Mais recentemente, os grandes investimentos também passaram a se concentrar na área de energia elétrica, tanto de transmissão como de geração.”
No entanto, também de acordo com o secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, os investimentos chineses no Brasil estão indo além destes dois setores:
“A atividade bancária acompanha o comércio. Em função disso, já há uma grande participação de bancos chineses em bancos brasileiros. Mais recentemente, algumas organizações bancárias da China instalaram filiais no Brasil. Então, é uma carteira de investimentos muito ampliada, de grande interesse tanto para a China quanto para o Brasil, especialmente num momento em que grandes investimentos tanto públicos quanto privados estão escassos no Brasil.”