No documento, Dilma faz um apelo para que os senadores não a condenem injustamente no processo de impeachment e apresenta novamente a proposta de um plebiscito para que a população se manifeste sobre a realização de novas eleições no país.
Os senadores da oposição presentes na sessão de hoje, no entanto, consideraram o apelo de Dilma como extemporânea e insuficiente para para mudar o rumo do processo de seu impeachment.
“É uma carta frágil politicamente, inexistente juridicamente, de uma pessoa que teve todas as oportunidades de dialogar com o povo brasileiro, com o Congresso Nacional. Não o fez e agora vem com uma proposta de diálogo completamente fora de prazo, fora de qualquer propósito. O que o Congresso Nacional fará é dar sequência ao processo e puni-la exemplarmente pelos crimes de responsabilidade que foram praticados” – disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), em entrevista à Agência Brasil.
Já o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), uma das principais vozes de oposição à Dilma, disse que a carta da presidenta afastada demonstra que ela está “desconectada da realidade brasileira” e que tenta se eximir da responsabilidade pela crise.
“Ela trata do momento de crise que o país enfrenta como se não fosse ela a responsável por tudo isso. É também uma afronta ao Supremo Tribunal Federal, ao Tribunal de Contas da União e ao Congresso Nacional, que estão apenas exercendo suas funções” – criticou o senador.
Líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), no entanto, ressaltou a importância que a carta pode ter para mudar votos de senadores que ainda não estão convencidos e reafirmar os votos daqueles que já estão a favor da presidenta.
“Estamos centrados em mostrar aos senadores que não há um crime de responsabilidade e que, portanto, esse processo de impedimento acaba se transformando em um processo de ruptura com a democracia brasileira” – disse.