"A prisão preventiva assegura a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal, já que todos os envolvidos são estrangeiros e não possuem residência fixa no país, de forma que parece previsível que, caso permaneçam em liberdade, se evadirão do distrito da culpa. Cito como exemplo o caso de James Sinton, então Presidente do Grupo Marcus Evans na época da Copa do Mundo de 2014, o qual, tão logo colocado em liberdade, evadiu-se para seu país de origem."
Em coletiva à imprensa na Cidade da Polícia, o titular da Delegacia de Defraudações, delegado Ricardo Barbosa explicou que Patrick Joseph Hickey é acusado de ter fechado uma parceria com a empresa Pró-10, na Irlanda para que esta empresa revendesse os ingressos da Olimpíada para irlandeses. A Pró-10, no entanto, repassou parte desses ingressos para o grupo britânico THG Sports, que por sua vez revendia os ingressos por preços abusivos, que chegavam a US$ 8 mil dólares, cerca de R$ 25 mil.
"Os ingressos que eram destinados a Pró-10 para serem revendidos eram desviados para a empresa THG, que praticava um cambismo maquiado, camuflado, em um programa de hospitalidade, e revendia esses ingressos por um alto valor financeiro. Essa era a dinâmica dessa quadrilha. Era revender esses ingressos a um suposto título de programa de hospitalidade e com isso, eles tinham dois objetivos: uma margem de lucro alta já que vendiam sob um suposto Programa de hospitalidade e dificultar a investigação policial."
De acordo com Ricardo Barbosa, através do programa de hospitalidade, a empresa THG oferecia aos turistas, por exemplo, jantares e translado, porém, a ideia principal era repassar os ingressos com preços abusivos.
A ação desta quarta-feira (17) é um desdobramento da operação que teve início na cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016, no dia 5 de agosto, quando foi preso em flagrante o diretor da empresa britânica THG, Kevin Mallon, e uma funcionária da empresa Bárbara Carnieri.
Outros quatro diretores da THG, também tiveram a prisão decretada nesta semana pela Justiça do Rio David Patrick Gilmore, Marcus Paul Bruce Evans, Maarten Van Os e Martin Studd. Como eles estão fora do país, o mandado de prisão foi comunicado à Polícia Federal e à polícia internacional Interpol.
Após a prisão, o presidente do Comitê Olímpico da Irlanda chegou a passar mal e foi atendido em um hospital do Rio, por causa de seu histórico cardíaco, o passaporte dele também foi apreendido.