“Aqui não tem ninguém com nariz de palhaço”, disse o chefe de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, na entrevista coletiva que concedeu hoje a respeito do caso dos quatro nadadores olímpicos norte-americanos que fizeram falsa denúncia de assalto em relação a um caso de arruaça protagonizado por eles num posto de gasolina da Barra da Tijuca.
A frase de Fernando Veloso foi em resposta a uma acusação do advogado de Ryan Lochte nos EUA, de que “no Rio estava se armando um circo em torno da questão”.
Veloso concedeu a entrevista ao lado do Delegado Alexandre Braga, responsável pelas investigações do caso. Ele afirmou que o FBI está acompanhando o caso no Rio, e que a Polícia carioca vai pedir ao Bureau de Investigações americano que ouça Ryan Lochte nos Estados Unidos.
#Watergate Vídeo mostra momento em que nadadores deixam festa às 5h47. Foi 1a contradição. https://t.co/Pd0xu4dddP pic.twitter.com/i4XTRcnhtF
— BuzzFeed Brasil (@BuzzFeedBrasil) 18 de agosto de 2016
Segundo as investigações, os atletas teriam, na verdade, se envolvido em uma briga com seguranças de um posto de gasolina na Barra da Tijuca. O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que “a única verdade que eles contaram é que eles estavam bêbados”,
Veloso disse que ainda não é possível dizer de que crimes os atletas podem ser acusados. Segundo ele, os nadadores provocaram "atos de vandalismo" no banheiro do posto. Com a confusão, funcionários vieram ver o que acontecia, tentando controlar a situação.
“Em tese eles podem eles podem vir a responder por falsa comunicação de crime e por dano ao patrimônio. Isso em tese. Eu não estou dizendo que eles serão indiciados por isso. Estou dizendo que a investigação tem que ser concluída. Em tese até o momento o que pode acontecer é isso.”
Cerca de 100 jornalistas acompanham a coletiva de Alexandre Braga (à esq.) e de Fernando Veloso, da Polícia Civil pic.twitter.com/XyqsTaBiX7
— BuzzFeed Brasil (@BuzzFeedBrasil) 18 de agosto de 2016
A conclusão preliminar da Polícia Civil é de que os atletas teriam saído da festa, ido ao banheiro e quebrado o espelho.
Foi informado também que o intérprete negociou para que eles ressarcissem vandalismo no posto uma quantia no valor de R$100 e US$ 20.
A falar sobre a possibilidade de Lochte ser ouvido nos EUA, Veloso disse “o FBI tem acompanhado as ações empreendidas pela Polícia do Rio, através da DEAT – Delegacia de Atendimento ao Turisa".
"Nós já estamos alinhavando essa cooperação através do FBI para que ele seja ouvido lá, através da expedição de uma carta rogatória. Para que isso aconteça, nós temos que fazer uma representação ao juiz competente, o juiz tem que concordar, e concordando ele expede essa carta rogatória e ela é cumprida através do apoio da Polícia do local. No caso o FBI já se dispôs a fazer isso, mas eu na posso dizer que isso vai acontecer, porque é o juiz quem vai decidir se vai atender esse pedido da Polícia ou não.”
O chefe da Polícia Civil ainda comentou que "os cariocas viram o nome da cidade manchado por versão fantasiosa. Seria nobre e digno pedir desculpas".
“Eu acho que estamos tratando de pessoas importantes, públicas, que influenciam outras pessoas, e pessoas que influenciam grandes grupos de pessoas devem tentar se pautar por um comportamento no mínimo adequado. Eu acho que cabe sim um pedido de desculpas, mas são pessoas cometem erro, sob influência de bebida alcoólica. Me parece que é razoável isso, e as desculpas não são para a Polícia não,as desculpas são para os cariocas, que viram o nome da sociedade manchado por uma versão fantasiosa, que nós já sabemos hoje que é fantasiosa, hoje já sabemos que aquilo não aconteceu. Eu acho que seria altruísta, seria nobre, seria digno deles fazerem isso sim, pedir desculpas aos cariocas”, frisou.