O protótipo está causando o maior sucesso na exposição da Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro) que começou nesta terça-feira, 23, em Sertãozinho, no interior de São Paul,o e que termina no próximo dia 26. O veículo faz parte de um projeto da universidade onde pesquisadores estudam como produzir carros de alta eficiência energética com menor emissão de poluentes e ecologicamente mais sustentáveis. Um dos professores que trabalham no projeto, Bruno Medeiros, diz que a proposta incentiva o aluno a participar de projetos de maior sustentabilidade, como construir um veículo que consuma a menor quantidade de combustível possível, no caso o etanol.
"Nosso melhor desempenho foi em uma competição internacional recente em Detroit, capital do automóvel nos Estados Unidos. Atingimos a média de 316 quilômetros por litro e fomos vice-campeões das Américas, ficando atrás apenas da equipe de pesquisadores americanos. Estamos evoluindo a cada dia mais. A Shell, apesar de ser uma grande petrolífera, apóia esse tipo de competição e vai realizar uma etapa brasileira na qual temos a pretensão de alcançar os 400 quilômetros por litro."
O professor diz que o projeto ainda é um protótipo individual. Tem um piloto mais parecendo um cavaleiro olímpico, bem pequenininho e pesando 45 quilos. O segredo, explica Medeiros, é a construção da carroceria em fibra de carbono, o motor de 32 cilindradas, componentes que reduzem o atrito, calibragem elevada dos pneus, além de uma série de recursos tecnológicos no motor.
Medeiros explica que, como a competição é universitária, a questão da velocidade ainda não é importante.
"Quanto mais devagar você for, mais combustível você vai economizar, então nem existe incentivo para velocidade. Para isso acontecer, você teria que ter a colaboração de uma montadora e desenvolver um protótipo para ser aplicado na indústria."
O modelo, batizado de Popyguia, começou a ser desenvolvido em 2009 e ainda tem muito pela frente antes de ser produzido em série pelas montadoras no Brasil. Segundo Medeiros, o veículo até poderia ser flex, até porque a média de consumo da gasolina é maior do que o do etanol, mas a proposta é justamente reduzir a emissão de poluentes como o gás carbônico, dai a razão pela escolha do álcool de cana. Até agora, conforme o professor, o protótipo tem feito o maior sucesso, mas a equipe de pesquisadores da UTFPR ainda não foi sondada por nenhuma montadora no país.