'Punição coletiva é um problema, pessoas foram injustiçadas' – atleta paralímpico francês

© Virginie BouyerTenista paralímpico da França, Michaël Jeremiasz
Tenista paralímpico da França, Michaël Jeremiasz - Sputnik Brasil
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A Rússia foi definitivamente suspensa pelo Comitê Paralímpico Internacional (COI) de disputar os Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro, a ser realizados entre 7 e 18 de setembro. A Sputnik conversou com o tenista paralímpico francês Michaël Jeremiasz para conhecer a opinião de atletas de outros países sobre esta decisão.

Escolhido para carregar a bandeira da França da cerimônia de abertura dos da Paralimpíada, Jeremiasz revelou ter sentimentos mistos com relação à suspensão dos atletas russos, dizendo ser contrário tanto ao doping, quanto à injustiça de uma punição coletiva.

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“O fato de que as nossas instâncias internacionais decidiram denunciar a fraude organizada, tal como referido no relatório do McLaren, é um ato de coragem — é o que faz o Comitê Paraolímpico, é o que faz em parte o Comitê Olímpico Internacional. Hoje, é preciso que cada país, cada delegação cumpra as regras antidoping, para que as condições sejam iguais para todos. Então, considero ótimo quando surgem exigência com relação a isso” – disse o atleta.

“No entanto, como esportista, tenho sentimentos mistos. Eu sei que entre os atletas paralímpicos que deveriam participar dos Jogos há aqueles que estão limpos, que nunca usaram doping, que por muitos anos fizeram grandes sacrifícios e que não mereceram isso – não sei dizer se são 10, 20 ou 80 porcento” – lamentou Jeremiasz.

Para ele, o problema em questão está na punição coletiva, no fato de que teve gente injustiçada. “Não conheço todas as especificidades do caso, mas eu, por exemplo, se isso pudesse ser organizado, obrigaria todos os atletas russos a realizar testes de doping antes e depois de cada competição” – disse.

“Compreendo eles perfeitamente. Se estivesse em seu lugar, faria de tudo ao meu alcance para lutar pelos meus direitos” – frisou o atleta.

Nas suas palavras, não se deve pensar que doping acontece somente na Rússia, sendo, infelizmente, uma prática a que recorrem muitos países.

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“Vejamos, por exemplo, o tênis. Faz tempo que eu conheço uma tenista russa, com relação a qual não posso ter 100% de certeza [de que ela não use doping], mas, da mesma forma, não se pode ter 100% de certeza com relação a mim ou a qualquer atleta. No entanto, até agora, não se provou o contrário, e essa tenista joga muito bem e ainda não foi campeã” – concluiu Jeremiasz.

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