"Na verdade o processo do impeachment está completamente descompromissado com a crise que o país está atravessando. Na verdade é uma disputa de poder e que faz com que a crise se aprofunde. Infelizmente, (o impeachment) não é solução para nada. É o aprofundamento da crise política com consequências na crise econômica. O começo era previsível, nervoso, opondo os dois lados. No meu caso, em especial, eu não tinha nenhuma relação com o governo que está afastado e muito menos com o que está hoje no exercício da interinidade. Trato de fazer de tal forma, que a sociedade entenda o que está acontecendo no país. O impeachment não é solução para nada, eu repito, apenas aprofunda a crise."
Enquanto os senadores pró impeachment querem correr com o julgamento, a oposição acha que não se deve preocupar com o tempo para concluir o processo, o que para o senador João Capiberibe é o correto.
"O julgamento é meramente político. Não há nenhuma comprovação que a presidenta tenha cometido qualquer crime de responsabilidade, então é meramente político. Nesse caso é preciso dar tempo ao tempo, é preciso aprofundar o debate. A pressa nesse caso, é inimiga da perfeição. Nós temos a obrigação de estarmos preparados para um longo julgamento que pode durar até cinco dias. Os aspectos jurídicos, esses são irrelevantes para a sociedade, porque é um processo político de um país Presidencialista que não se afasta o presidente da República sem que haja uma acusação comprovada de crime de responsabilidade. Já é de conhecimento geral que a presidenta Dilma não cometeu crime de responsabilidade, portanto, ela está sendo julgada politicamente, isso só caberia no regime Parlamentarista."
Ainda de acordo com João Capiberibe, Dilma Rousseff está respondendo mais pela crise econômica. Para o senador, Dilma Rousseff "se sustentaria bem se a economia estivesse caminhando relativamente bem, comparando com a economia global", mas segundo Capiberibe, "com a crise e falhas cometidas por Dilma Rousseff, com promessas que não se cumpriram, isso tudo terminou pesando para que a popularidade da presidenta despencasse, fortalecendo a oposição que nunca aceitou o resultado das urnas de 2014."