‘Novo’ canal de diálogo entre Rússia e EUA pode ajudar na crise ucraniana

© Sputnik / Eduard Pesov / Acessar o banco de imagensSergei Lavrov e John Kerry
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O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, declarou hoje (26) que Moscou e Washington pretendem manter regularmente ativo o canal de comunicação entre os dois países sobre a questão síria, podendo este se tornar igualmente útil aos esforços de regulação da crise na Ucrânia.

“Temos um canal bilateral, que será acionado frequentemente, e nós acreditamos que esse canal poderá realmente ajudar aos esforços que estão sendo empreendidos no ‘Formato de Normandia’” – disse o ministro russo.

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Ainda sobre o tema, Lavorv declarou que Moscou aprecia o interesse de Washington em ajudar com a realização e o cumprimento dos Acordos de Minsk.

Os chefes da diplomacia dos dois países se encontraram nesta sexta-feira (26) em Genebra em reunião que teve 12 horas de duração.

Entenda a crise ucraniana e o Quarteto da Normandia

O formato do chamado Quarteto da Normandia, incluindo França, Alemanha, Rússia, Ucrânia, foi criado em meados de 2014 com o objetivo de encontrar uma solução para o conflito envolvendo a região de Donbass, no leste ucraniano, onde em abril de 2014 as autoridades de Kiev lançaram uma operação militar para reprimir os movimentos independentistas. O grupo foi formado após um encontro realizado na Normandia para comemorar o 70º aniversário do desembarque das tropas aliadas na Segunda Guerra Mundial.

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Desde então, esses países já realizaram quatro reuniões de cúpula e nove reuniões de ministros das Relações Exteriores. O último desses encontros diplomáticos aconteceu em Berlin, em 11 de maio. Na ocasião, o ministro alemão Frank-Walter Steinmeier declarou que os lados não alcançaram progresso nas negociações.

Um dos pontos altos do formato aconteceu em 12 de fevereiro de 2015, quando representantes da Alemanha, Rússia, França e Ucrânia assinaram na capital da Bielorrússia os chamados Acordos de Minsk, que determinam uma série de condições para acabar com o conflito, incluindo a retirada de tropas e o cessar-fogo completo em Donbass. Desde então, no entanto, representantes de Donetsk e Lugansk têm repetidamente declarado que Kiev viola os acordos.

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O mais recente contato do Quarteto da Normandia aconteceu em 24 de maio, via conferência telefônica. Na ocasião, os líderes dos quatro países apoiaram a realização de uma missão policial da OSCE em Donbass. Durante a conversa, Poroshenko destacou o agravamento da situação e os líderes concordaram na necessidade de "desescalada e cessar-fogo completo para continuar o diálogo político". O presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, exortou Kiev a interromper imediatamente as agressões contra alvos civis em Donbass.

Apesar de tratar-se de um conflito interno, Kiev e o Ocidente exigem que a Rússia também cumpra os Acordos de Minsk, acusando Moscou de apoiar os independentistas de Donbass e de interferir nos assuntos internos da Ucrânia. Kremlin, no entanto, garante que não tem qualquer envolvimento na crise interna ucraniana e que está totalmente interessado numa resolução pacífica do conflito no país vizinho.

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