As ameaças do líder filipino se acrescentam a outras declarações polêmicas feitas no início desta semana sobre o país sair da Organização das Nações Unidas, caso a comunidade internacional continue a reclamar sobre sua agressiva "guerra às drogas", que já deixou mais de 1.900 mortos nos últimos 8 semanas.
Duterte também se referiu ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, como "louco", enquanto ria dizendo que deveria ter insultado mais o chefe da diplomacia norte-americana para que os EUA dessem ainda mais dinheiro para seu país.
"Eu garanto (para a China), se vocês entrarem aqui, será sangrento, e nós não vamos ceder a eles facilmente. Serão os ossos de nossos soldados, e você pode incluir os meu", disse Duterte à Associated Press, acrescentando que as Filipinas não admitiriam “serem enganadas” por nenhum país.
As tensões no Mar da China Meridional foram desencadeadas quando as Filipinas unilateralmente apresentaram sua reivindicação às águas e territórios disputados na região perante o tribunal de arbitragem de Haia, a mando dos EUA.
A China detém superioridade militar clara sobre as Filipinas, ostentando o maior exército permanente do mundo, com 2,3 milhões de soldados ativos, uma frota naval altamente modernizada, e alguns dos aviões de combate mais sofisticados do mundo. No entanto, as Filipinas têm uma aliança militar de longa data com os EUA, e as tropas americanas são obrigadas a vir em auxílio de seus colegas filipinos caso o país seja atacado pela China, segundo os termos do Tratado de Defesa Mútua assinado em 30 de agosto de 1951.
A retórica belicosa do líder filipino, portanto, deve manter as autoridades de defesa norte-americanas alertas ao longo dos próximos meses, particularmente com a China já sinalizando a possibilidade de reivindicar o recife de Huangyan nas próximas semanas, a fim de contrariar a decisão desfavorável de Haia.
Tem sido relatado que o raciocínio entre os altos oficiais militares de Pequim é de que os EUA estarão muito distraídos com a política interna e ficarão reticentes para protestar de forma muito agressiva caso a China se movimente em seus interesses nacionais.