"Houve sempre apenas uma razão pela qual no inverno de 2013/14 se desencadeou a tragédia que rasgou a Ucrânia em partes: o desejo insolente da UE, apoiada pelos Estados Unidos, de absorver a Ucrânia no seu império em crescimento", escreve o analista.
Segundo o jornalista, o Ocidente "ficou feliz" quando o ex-presidente Viktor Yanukovich pro-russo eleito pelo povo foi deposto e o poder foi tomado por um governo aliado à União Europeia e EUA. Entretanto, os países ocidentais não tomaram em conta todas as consequências dos eventos.
"Era totalmente previsível que os russófonos da Crimeia e do leste da Ucrânia preferissem ser governados por seus irmãos russos de Moscou, e não por alguma forma estranha de governança de Bruxelas", destaca Christopher Booker.
"Era perigosamente louco reagir como fez o Ocidente, com John Kerry, secretário de Estado dos EUA, descrevendo a votação da Crimeia, para se juntar ou não com a Rússia, como 'um ato incrível de agressão', com o príncipe Charles comparando Putin a Hitler e com a pequena e absurda 'ministra das relações exteriores' da UE daquela época, Catherine Ashton, sendo aplaudida por 200 mil ucranianos em Kiev gritando 'Europa, Europa', muitos dos quais tinham sido pagos por Bruxelas para fazê-lo", opina o jornalista do The Telegraph.
Assim, passados quase três anos de uma guerra civil que deixou 9.000 mortos, os líderes do Ocidente permanecem "humilhantemente impotentes" em entender o que fazer com um caos de que eles têm culpa mais do que outros, conclui Booker.