Para Jackson, há sinais claros de que o Partido dos Trabalhadores terá de reavaliar todas as suas atitudes e comportamentos, e isto não tem relação apenas com as apurações da Operação Lava Jato e com o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff:
"A crise toda do PT pode ser localizada lá atrás, na primeira eleição de Lula. Se você pensar bem, lembrará que, naquela campanha, Lula já apresentava ideias que nada tinham a ver com a fundação do Partido dos Trabalhadores no longínquo ano de 1980. Naquele momento, já existia uma ruptura. Na sequência, se você observar, essa ruptura se acentua com as bandeiras originais do PT, em virtude de uma proposta do Partido dos Trabalhadores, no sentido de Lula ganhar as eleições, o que ele consegue, e, adiante, logra se reeleger já no auge da crise do mensalão."
Antônio Marcelo Jackson afirma ser inegável que o PT vai ter de se reinventar. "E se reinventar considerando que ainda poderá haver novas rupturas. A quantidade de partidos que surgiram com o Partido dos Trabalhadores chega a parecer brincadeira, já que alguns deles foram formados com ex-militantes do PT. Então, nesse momento, o PT encontra dificuldades para encontrar candidatos próprios, a não ser o próprio Lula, que, mesmo dizendo não ser candidato em 2018, acabou se transformando em candidato graças a estes sucessivos problemas enfrentados pelo Partido dos Trabalhadores. Enfim, o PT terá de se reinventar e responder a uma pergunta fundamental: quem, no Partido dos Trabalhadores, tem empatia com o público? Por ora, não há resposta."