De acordo com a matemática do líder do Governo no Senado, Eunício Olíveira, do Ceará, estão consolidados 60 votos.
"Temos já consolidados aqui entre 59 e 60 votos. Então, não há porque ter nenhum tipo de angústia. Essa questão do afastamento da presidente, no meu entendimento, já está definitivamente consolidado."
No final da tarde desta terça-feira (30), os aliados já trabalhavam com a meta de 61 votos. A previsão de 60 votos se dá caso o senador Wellington Fagundes, do PR de Mato Grosso, não votar. O senador passou mal no final de semana e precisou ser internado, mas a assessoria dele, confirmou que vai participará da votação, mas sua decisão só será conhecida na hora.
Alguns senadores ainda não declararam abertamente seu voto ou ainda estão indecisos. Outra indefinição é a do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que ainda não anunciou se vai ou não votar. Os contrários ao impeachment acreditam que o discurso de Dilma e a defesa final realizada nesta terça-feira (30) pelo advogado José Eduardo Cardozo, podem fazer com que os senadores ainda indecisos votem contra o processo.
O Senador Humberto Costa acredita que há uma chance real dos aliados de Dilma de conseguir 28 senadores contra impeachment.
"Nós estamos conversando há vários dias com um grupo de aproximadamente dez senadores isoladamente cada um. Porém, nós intensificamos isso de ontem (29) para hoje (30). O impacto da vinda e das manifestações da presidenta Dilma foi importante em relação a esse grupo, e certamente, essa fala de hoje de José Eduardo Cardozo (advogado defesa) também vai se refletir em um raciocínio, em uma reavaliação de cada um dos que vão votar amanhã (31)."
A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B do Amazonas) também acredita que é real a possibilidade de reverter favoráveis para Dilma.
"Se o lado de lá está conversa muito, o lado de cá também está conversando, nós estamos conversando, mas o mais importante é que eles estão conversando entre eles, vários senadores. E aí o quadro pode ser qualquer um. É claro que a nossa vitória, barrando esse processo será a maior das surpresas mas é uma surpresa possível e até previsível eu diria."
Apesar de ter elogiado a presidenta afastada Dilma Rousseff após seu discurso na segunda-feira (29) o senador Hélio José (PMDB-DF) afirmou nesta terça-feira (30), que considera Dilma honesta, mas que não vai mudar seu voto e se manterá pelo impeachment.
"A questão do voto, por todos os motivos já constatados, já verificados, não tem como mudar. O meu voto vai continuar sendo pelo impeachment, pelo retorno do desenvolvimento e da geração de emprego em nosso país. Eu elogiei a presidenta Dilma pela posição altiva que ela teve de estar presente, respondendo todas as questões, e por ser realmente uma pessoa que eu creio que nunca se apropriou de coisa alheia de ninguém, mas tecnicamente está claro que houve a infração a lei da responsabilidade fiscal."
O julgamento de Dilma Rousseff conta com a participação de nove senadores que ocuparam cargos de ministros no governo da presidente afastada. Quatro deles declararam voto a favor do afastamento definitivo da petista: Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Eduardo Braga (PMDB-AM), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). Já Armando Monteiro (PTB-PE), Kátia Abreu (PMDB-TO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) são contrários ao impeachment. E os senadores Eduardo Lopes (PRB-RJ) e Edison Lobão (PMDB-MA) votaram pela continuidade do processo na fase de pronúncia, mas ainda não declararam seus votos no julgamento final neta quarta-feira (31).
Além de decidirem se Dilma Rousseff cometeu o crime de responsabilidade, Os senadores também devem decidir se a presidenta afastada ficará inelegível por oito anos, contados a partir da data do término do mandato, ou seja, até 2026.