O melhoramento nas relações entre o Vaticano e Pequim foi comentado à Sputnik China por Andrei Karneev, vice-diretor do Instituto de Estudos Asiáticos e Africanos da Universidade Estatal de Moscou.
Segundo ele, o Vaticano ainda não tem relações diplomáticas com a China, mas está ativamente desenvolvendo os contatos, o que é visto com muita cautela por parte de Taiwan.
Em um ambiente de relações deterioradas entre Pequim e Taipé, após a chegada ao poder de Tsai Ing-wen começaram a surgir indícios de que a liderança chinesa poderia aproveitar da flexibilidade do novo Papa e privar Taiwan do último aliado diplomático na Europa.
Atualmente a China tem uma das maiores comunidades católicas na Ásia (há dados diferentes que variam entre 5,7 e 12 milhões de pessoas). É de notar que ultimamente os números, segundo dados variados, estão aumentando ativamente, especialmente entre estudantes e jovens. Há especialistas que preveem que em breve a China poderá se tornar no país com a maior comunidade cristã no mundo.
Segundo refere Karneev, os sinais de melhoramento de relações entre o Vaticano e Pequim tiveram lugar ainda em 2014, quando o Papa Francisco começou realizando o chamado "novo rumo" relativamente a Pequim.
Ainda nos anos 1950, na China foi criada a Igreja Católica Patriótica chinesa, que não reconhece a autoridade da Santa Sé e que nomeia os bispos de forma independente. Pequim também insiste que o Vaticano, em troca de reconhecimento chinês, rompa suas ligações com Taiwan.
No início de agosto, o bispo de Hong Kong John Tong Hon informou a mídia sobre a possibilidade de se alcançar um compromisso entre a China e o Vaticano na questão da nomeação de bispos.
Claro que Taipé receia um desenvolvimento dos acontecimentos desfavorável para Taiwan. Pois, oficialmente, as autoridades de Taiwan negam que o objetivo da próxima visita seja a tentativa de impedir uma reaproximação entre Pequim e o Vaticano.
Há também especialistas de Taiwan que acham necessário apoiar a reaproximação, ao mesmo tempo continuando prontos para qualquer desenvolvimento da situação. Eles argumentam sua posição com o fato de os laços de Taiwan com a Igreja Católica continuarem muito fortes, independentemente das relações diplomáticas existentes com a Santa Sé.