A empresa brasileira Taurus, a maior fabricante de armas da América Latina, foi denunciada pelo Ministério Público Federal na última segunda-feira (6) por envolvimento em venda ilegal de armas a notório traficante internacional que teria intermediado a operação com o Iêmen, que está sob embargo internacional desde 2014 por conta da Guerra Civil.
"A Companhia informa que a referida exportação de armas leves e de uso civil foi realizada para o Governo do Djibuti, tendo sido observados todos os procedimentos legais aplicáveis e obtidas todas as autorizações e licenças necessárias à época para a efetivação da operação", afirma a Taurus.
Segundo a empresa, "não havia e não existe hoje qualquer tipo de restrição ao comércio com o Djibuti".
A corporação comunicou que, por precaução, cancelou qualquer tipo de negociação com o Djibuti e determinou a retenção da mercadoria em trânsito.
A Taurus não forneceu demais detalhes da acusação, afirmando que a ação penal tramita em segredo de Justiça. A empresa não comentou a menção ao Fares Mohammed Mana'a, considerado pela ONU como um dos maiores traficantes internacionais de armas, como o intermediador da transação com o Iêmen.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, ex-executivos da Taurus teriam acertado negociação com Mana'a ainda em 2013 sobre a venda de 2 milhões de dólares em armas com o traficante e já planejava uma entrega para 2015, mas a operação foi descoberta e interrompida pela Polícia Federal.
Foi destacado também que a empresa brasileira em si não foi denunciada, visto que o Ministério Público está concentrando a investigação nos dois ex-funcionários da Taurus que comandavam a operação — o então gerente de exportação, Eduardo Pezzuol, e o supervisor de exportação, Leonardo Sperry.