A Polícia apontou como um dos principais envolvidos no esquema, o presidente do Comitê Olímpico Irlandês e ex-executivo do Comitê Olímpico Internacional, o irlandês Patrick Joseph Hickey, que chegou a ser preso, mas conseguiu a liberdade após um habeas corpus. Hickey, no entanto, teve que entregar o passaporte à Justiça e não pode deixar o Brasil.
O presidente do Comitê Olímpico Irlandês é acusado de facilitação para o cambismo, com pena de dois a quatro anos de prisão, além de uma multa; marketing de emboscada e organização criminosa. Outras sete pessoas envolvidas no crime segue foragidas, fora do país.
Durante as investigações, foram apreendidos HD's externos, tabletes e celulares com toda a planilha de repasse de ingressos de comitês olímpicos para as empresas que faziam parte do esquema ilegal. Na interceptação de mensagens via celular, a Polícia identificou uma mensagem enviada por Patrick Joseph Hickey ao Presidente do Comitê Olímpico Internacional Thomas Bach solicitando mais ingressos para finais de jogos do basquete, futebol e do atletismo.
De acordo com o delegado Aloysio Falcão, um responsáveis pelas investigações, após a mensagem de celular, o Comitê Olímpico Irlandês conseguiu mais 296 ingressos do que tinha direito. O delegado quer ouvir o depoimento de Thomas Bach para verificar se há a participação do presidente do COI no esquema ilegal de venda de ingressos.
Aloysio Falcão esperava intimar Thomas Bach para prestar esclarecimentos com a vinda dele na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, no último dia 7 de setembro, mas Bach não veio para o evento.
"Depois da mensagem por Thomas Bach não podemos dizer que teve uma relação direta. Por isso que a Polícia Civil quer ouvi-lo. Saber qual a participação dele. Se ele tem influência com relação a essa questão de demandas de ingressos para os comitês olímpicos nacionais. Até agora o COI não procurou a Polícia Civil e está sendo omissa, não nos procurou e não deu nenhum esclarecimento oficial. Estávamos esperando a sua chegada na cerimônia da abertura das Paralimpíadas, mas como ele não veio, nós não conseguimos intimá-lo para depôr como testemunha."
Na ocasião da festa de abertura dos Jogos Paralímpicos, o diretor de comunicação do Rio 2016, Mario Andrade informou à imprensa que,pela primeira vez na história, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, não estaria presente no Rio, pois participaria de um evento em memória de Walter Schell, ex-presidente da Alemanha Ocidental, falecido em 24 de agosto.
De acordo com a Polícia do Rio, assim que Thomas Bach retornar ao Brasil em nova ocasião, ele vai ser intimado como testemunha do caso.