Eis o que revelou o analista Timur Dzhukaev ao jornal russo Vzglyad.
As forças turcas liberaram a cidade síria de Jarablus em 24 de agosto, no dia do início da operação. Passadas mais de duas semanas, a ofensiva abrangeu outras regiões ao longo da fronteira sírio-turca. As forças de Ancara, incluindo o Exército Livre da Síria, estão tentando garantir a segurança de Jarablus e expulsar os curdos da cidade de Manbij.
Antes nesta semana, altos representantes turcos, entre eles o ministro da Defesa Fikri Isik e o ministro das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu, anunciaram que os combatentes locais devem desempenhar um papel fundamental na expulsão do Daesh da cidade de Raqqa, a chamada capital do califado.
Recentemente, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan tem declarado que a Turquia está prestes a apoiar a operação chefiada pelos EUA para liberar Raqqa.
Segundo o analista russo, "a Síria poderá voltar à situação 'das tensões' de 2013 quando o país estava controlado pelo Exército Livre da Síria".
De acordo com Dzhukaev, "grupos pró-turcos da oposição armada, apoiados pelos militares turcos, não vão querer um entendimento mútuo". Ele chamou Aleppo de segundo ponto estratégico com interesse para a Turquia. A segunda maior cidade síria tem sido alvo de intensos combates entre o exército sírio, apoiado por aviões russos e aliados locais, e os grupos radiais, incluindo a Frente al-Nusra e Ahrar al-Sham.
"Em breve a Turquia poderá deslocar suas forças para Aleppo a partir de al-Bab sob algum pretexto plausível. Por exemplo, eles poderão afirmar que estão perseguindo os militantes do Daesh", aponta o analista.
No final, Dzhukaev explicou que "qualquer região onde vivem turcomanos sírios poderá se transformar em um baluarte militar da Turquia, levando em consideração que muitas dessas áreas continuam sob controle do Exército Livre da Síria e de outros grupos pró-turcos da oposição armada."