A cidade de Mossul é a segunda maior do Iraque e foi tomada pelo grupo Daesh (organização terrorista proibida na Rússia) em 2014. O jornal Izvestya relata sobre a situação, citando um diplomata do Ministério do Exterior do Iraque:
"Nossas tropas recebem toda a informação necessária do centro de coordenação em Bagdá, onde trabalham especialistas do Iraque, da Rússia e do Irã, encarregados de preparar e coordenar operações militares. Estes dados ajudam na realização de ofensivas mais eficazes contra o Daesh, quando comparadas as realizadas somente pelas nossas forças na base de informação de nossos serviços de inteligência."
As Forças de Bagdá, apoiadas pela aviação dos EUA e aliados locais, bem como pelas milícias curdas, vêm avançando nos últimos meses na região de Mossul. O Pentágono expressa vontade de realizar operação de libertação de Mossul já para o início de outubro deste ano, mas a fonte do jornal não está segura sobre o período de realização.
Operações contra o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e considerado como pelo Brasil) em cidades menores, como Ramadi ou Fallujah, duraram semanas. A libertação de Mossul é um desafio mais sério e complexo. Estima-se que, atualmente, 1,5 milhão de pessoas vivem na cidade. Durante a operação, os militantes provavelmente irão usar civis como escudos humanos, impossibilitando uma resposta mais eficaz ao terrorismo. Isto explica o porquê que levará mais tempo para preparação da operação.
Karim Nouri, porta-voz das Forças de Mobilização Popular do Iraque (al-Hashd al-Shaabi) considera a realização de operação neste período como o melhor cenário. Além disso, segundo ele, os EUA seguem os seus próprios interesses no que diz respeito à operação de libertação de Mossul.
"É evidente que [para os EUA] existem outros motivos políticos. Poderiam ser as eleições presidenciais próximas, a crescente influência do Irã na região e nossas atividades. Em qualquer caso, a luta será feroz, mas não queremos a participação dos EUA, porque eles jogam claramente o seu próprio jogo", disse.
De acordo com Nouri, a Rússia é límpida em seus esforços para destruir Daesh. Moscou se envolve ativamente nas operações contra o terrorismo no Oriente Médio desde 30 de setembro de 2015, quando lançou uma operação aérea para eliminar os grupos terroristas na Síria. Este envolvimento militar foi autorizado por Damasco, conclui.