"A Argentina cedeu a pretensão de conseguir voo a partir do território continental para as ilhas", lamentou Taiana.
Argentina e Reino Unido emitiram uma declaração conjunta que assinaram em Buenos Aires, a ministra argentina de Relações Exteriores, Susana Malcorra, e o vice-chanceler Alan Duncan, ministro de Estado para a Europa e as Américas da Secretaria de Relações Exteriores britânica.
Dezessete anos depois do último comunicado conjunto que emitiram, está previsto que ambos os países sobre a questão Malvinas tenham "a possibilidade de realizar voos entre as ilhas e países terceiros, isto é, voos que não ligariam o território continental argentino" com o arquipélago, informou o parlamentar.
Em um acordo entre o governo britânico de Theresa May e o executivo argentino Mauricio Macri, "destaca-se a possibilidade de adicionar um segundo voo com escalas, amentando de duas para quatro escalas mensais no continente argentino", constatou Jorge Taiana.
Ele destaca que Argentina teve a oportunidade de conseguir o segundo voo nos tempos dos governos de Nestor Kirchner (2003-2007) e Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015).
Com o acordo assinado entre o Reino Unido e a Argentina, a nação argentina não somente abandona esse objetivo, mas também "vai permitir que mais voos de países terceiros atravessem o espaço aéreo argentino, em troca de duas escalas por mês no território continental".
Para Taiana, a declaração conjunta acordada por ambos os países, deixa de lado a questão de soberania, uma reivindicação que a Argentina tem consagrado em sua Constituição como "permanente e indispensável".
"Argentina concedeu ao Reino Unido eliminar as restrições e sanções contra a exploração ilegal de nossos recursos naturais não renováveis e renováveis, o que constitui um erro muito importante", disse Taiana.
Em uma declaração conjunta sem precedentes desde 1999, a Argentina e o Reino Unido se comprometeram a aprofundar "o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável das Ilhas Malvinas, incluindo comércio, pesca, navegação e hidrocarbonetos".
"A Argentina removeu todos os obstáculos para a exploração dos recursos naturais, que são a fonte de sustento para manter o alto nível de renda das ilhas", declarou Taiana.
O ex-ministro lembrou que, em 2007, a Argentina deixou sem efeito um contrato assinado em 1995 com o Reino Unido sobre a exploração de hidrocarbonetos no Atlântico Sul ocidental.
Então, não seria estranho, continuou o titular do Parlasul, "que tentam avançar em 'remover os obstáculos' para a exploração ilegal dos recursos da pesca no Atlântico Sul".
Em se tratando de pesca e hidrocarbonetos, a legislação argentina prevê sanções contra as empresas que operem no território argentino sem a autorização de Buenos Aires. A legislação inclui, é claro, as águas que rodeiam as Ilhas Malvinas.