Para Andrei Volodin, especialista do Centro de Pesquisas Euroasiáticas do Instituto de Problemas Internacionais Atuais da Academia Diplomática do MRE da Rússia, esta situação foi prevista:
"A China considera todas suas atividades geoeconômicas como realização de sua estratégia geopolítica global. A estratégia consiste da criação de condições mais favoráveis para a China, sua existência e seu funcionamento no palco mundial. Há muito tempo que a China deixou de exportar revoluções, de exportar suas ideias. Ela acredita que uma economia viável e os fluxos de investimentos podem resolver os problemas da China a médio e longo prazo. E eu chamo vossa atenção para o fato de a China não perseguir o objetivo de concorrer com o Japão, os EUA, a Índia ou a União Europeia. Ela alcança seus sucessos através de ações concretas em áreas concretas."
Volodin também assinala que a desagregação de um mundo focalizado nos EUA ocorreu mesmo por causa da exportação de revoluções que os EUA têm realizando desde a desintegração da União Soviética. A China vê os pontos fracos desta estratégia e não vai replicá-la.
O chefe do Centro de Globalização e Modernização da China do Instituto de Economia e Comércio, Wang Zhimin, comenta à Sputnik China este salto no mercado mundial de investimentos.
"Primeiro, é o 'efeito de replicação' como resultado do crescimento contínuo da economia chinesa. Em segundo lugar, o crescimento contínuo da economia de um Estado leva inevitavelmente a um processo em que as exportações de mercadorias puxam a exportação de investimentos. Terceiro, a China é o primeiro país no mundo em quantidade de reservas monetárias, o que é um poderoso apoio para investimentos no exterior. <…> Todavia, a China, em contraste com uma série de outros países desenvolvidos, não acompanha seus investimentos no exterior com diversas exigências políticas."
Apesar de esforços dos EUA, Austrália, Alemanha, Grã-Bretanha e outros países ocidentais para conterem o investimento da China, parece que o país pode estabelecer neste ano um novo recorde em investimentos, fusões e aquisições no exterior.