Os candidatos vão poder assumir compromissos em seis grandes áreas de atuação: Governança e financiamento, que trata sobre a gestão pública com perspectiva de gênero; Empoderamento econômico, que garante que as habilidades e a experiência das mulheres possem ser desenvolvidas em sua plenitude; Participação política, que promove oportunidades e condições para que as mulheres atuem na vida pública e política dos municípios em igualde com os homens; Educação inclusiva, que inclua temas relacionados à igualdade de gênero e raça na educação e no dia a dia social; Enfrentamento à violência contra as mulheres, que promove o fortalecimento da rede que atende com respeito as mulheres em situação de violência; e Saúde, chamando a atenção para a implementação de serviços municipais, que garantam o atendimento adequado às mulheres e meninas em sua diversidade.
Por sua vez, as eleitoras e eleitores preocupados com a questão da paridade, que segundo a ONU Mulheres é fundamental para uma sociedade mais democrática, ao entrarem na plataforma digital, também vão poder identificar as propostas de suas candidatas e candidatos em relação a esse tema e, depois, cobrar a realização de seus compromissos, se eleitos. "Uma sociedade só pode ser chamada de democrática se a participação das mulheres em sua diversidade for uma realidade", disse a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman
Para a diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, a plataforma Cidade 50-50 convoca candidatos e candidatas a se comprometerem, no presente, a construir as cidades do futuro como lugares de igualdade para as mulheres.
"É no território das cidades que as diversidades se manifestam com toda a sua riqueza. Cidade 50-50 é um chamado para que o Estado aumente seu compromisso e sua capacidade de formular políticas públicas de qualidade para superar, a cada passo, a desigualdade de gênero no campo político, econômico, social, ambiental e cultural."
A ministra do TSE Luciana Lóssio, ressaltou que o Brasil não tem sequer 10% de representantes femininas na Câmara dos Deputados.
"Como é possível as mulheres serem maioria na população e no eleitorado e não serem sequer 10% na Câmara dos Deputados?", observou.
A ministra lembrou ainda que a legislação reserva uma cota mínima de 30% das candidaturas nas eleições proporcionais para serem preenchidas por um dos gêneros, e que os partidos devem destinar pelo menos 5% dos recursos do Fundo Partidário e 10% de sua propaganda partidária para promover e incentivar a participação das mulheres na política.
Como formas de assegurar o empoderamento político das mulheres, listou algumas medidas realizadas pelo TSE. "Tivemos um importante julgamento no Tribunal Superior Eleitoral que balizou a condenação para todos os partidos políticos que não observarem e que não reservarem os 10% que eles devem destinar do seu tempo de rádio e TV para incentivar a participação da mulher", disse a ministra, destacando, que apenas uma das 27 unidades da Federação tem uma mulher como governadora.
Para participar, basta que os candidatos preencham o formulário disponível no site 'Cidade 50-50' e encaminhem a proposta de candidatura à ONU Mulheres.
A plataforma 'Cidade 50-50' é originária dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados pelos Estados-membros da ONU, e a iniciativa global “Por um Planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”, lançada pela ONU Mulheres.