Por que Irã liberado das sanções não fez tanto progresso como previsto?

© AP Photo / Ebrahim NorooziTeerã comemora acordo nuclear
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Passado mais de um ano desde o levantamento parcial das sanções econômicas internacionais sobre o Irã, não há sinais visíveis de crescimento econômico ou liberalização política nesta nação rica em petróleo. Por que isso é assim e o que se pode esperar, explica a edição russa Lenta.ru.

Em 14 de julho, o Irã e o sexteto, consistindo da Rússia, Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Alemanha, assinaram um acordo histórico para garantir a natureza pacífica das atividades nucleares de Teerã em troca de alívio das sanções. 

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Muitos especialistas ocidentais esperavam na altura que, sem sanções, os investimentos estrangeiros começassem a abundar no país e dessem vida nova para a economia iraniana afetada pelo embargo. Eles também previam que isso fortalecesse a posição das forças liberais do país e pusesse fim ao poder dos conservadores. No final, o Irã chefiado pelos liberais devia começar se aproximando do Ocidente, deixar de procurar para laços mais estreitos com a Rússia e até tomar uma posição abertamente contra a Rússia na cena internacional. 

Um ano depois, nenhuma dessas expectativas parece se ter tornado realidade. 

Alívio, mas não total

Mesmo que o levantamento das sanções tenha dado a Teerã a possibilidade de recomeçar suas exportações de petróleo e encorajado os investimentos estrangeiros, o governo ainda não foi capaz de construir uma base sólida para o desenvolvimento econômico. 

Além disso, os cofres do Estado permanecem vazios devido à queda dos preços do petróleo, e os investidores estrangeiros não estão com pressa para participarem financeiramente, preferindo discutir projetos futuros. 

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A situação é agravada pelo aumento do desemprego, que subiu para 11,7 por cento dos 10,6 por cento registrados em 2014.

Como algumas das sanções permanecem, o país ainda não é capaz de pedir empréstimos no exterior. As sanções agravaram problemas estruturais fundamentais da economia iraniana que existem desde a revolução de 1979: o controle estatal rígido sobre a economia, um fraco sector privado, corrupção, compadrio, restrições religiosas e gastos sociais inflacionados. 

O crescimento econômico sustentável é impossível sem as reformas radicais que o governo não se atreve a implementar.  E por último, mas não menos importante, no sistema político agora existente no país é o supremo líder espiritual aiatolá Ali Khamenei, famoso por suas visões conservadoras, que tem a palavra final sobre a política interna e externa do país.

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Amizade não está prevista

O ano passado mostrou que o Irã não está inclinado a fazer amizade com o Ocidente, dado que os países do Golfo Pérsico e Israel são rivais para o país, enquanto são aliados dos EUA. 

Ao mesmo tempo, uma visão compartilhada sobre a situação na Síria e a necessidade de lutar contra o Daesh abrem a porta para uma cooperação mais estreita com a Rússia, que oferece a Teerã contratos lucrativos nos domínios da cooperação técnico-militar e também na área do petróleo, gás e energia nuclear. 

Que se seguirá depois?

Muitos especialistas acreditam que o próximo ano vai ver as tentativas contínuas de Teerã para fazer suspender as sanções remanescentes e atrair investimentos estrangeiros. No entanto, com o próximo presidente norte-americano propenso a tomar uma posição mais dura contra o Irã, as chances de quaisquer mudanças políticas e econômicas radicais na República Islâmica a curto prazo devem permanecer mínimas, escreveu a Lenta.ru.

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