Em 14 de julho, o Irã e o sexteto, consistindo da Rússia, Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Alemanha, assinaram um acordo histórico para garantir a natureza pacífica das atividades nucleares de Teerã em troca de alívio das sanções.
Um ano depois, nenhuma dessas expectativas parece se ter tornado realidade.
Alívio, mas não total
Mesmo que o levantamento das sanções tenha dado a Teerã a possibilidade de recomeçar suas exportações de petróleo e encorajado os investimentos estrangeiros, o governo ainda não foi capaz de construir uma base sólida para o desenvolvimento econômico.
Além disso, os cofres do Estado permanecem vazios devido à queda dos preços do petróleo, e os investidores estrangeiros não estão com pressa para participarem financeiramente, preferindo discutir projetos futuros.
Como algumas das sanções permanecem, o país ainda não é capaz de pedir empréstimos no exterior. As sanções agravaram problemas estruturais fundamentais da economia iraniana que existem desde a revolução de 1979: o controle estatal rígido sobre a economia, um fraco sector privado, corrupção, compadrio, restrições religiosas e gastos sociais inflacionados.
O crescimento econômico sustentável é impossível sem as reformas radicais que o governo não se atreve a implementar. E por último, mas não menos importante, no sistema político agora existente no país é o supremo líder espiritual aiatolá Ali Khamenei, famoso por suas visões conservadoras, que tem a palavra final sobre a política interna e externa do país.
O ano passado mostrou que o Irã não está inclinado a fazer amizade com o Ocidente, dado que os países do Golfo Pérsico e Israel são rivais para o país, enquanto são aliados dos EUA.
Ao mesmo tempo, uma visão compartilhada sobre a situação na Síria e a necessidade de lutar contra o Daesh abrem a porta para uma cooperação mais estreita com a Rússia, que oferece a Teerã contratos lucrativos nos domínios da cooperação técnico-militar e também na área do petróleo, gás e energia nuclear.
Que se seguirá depois?
Muitos especialistas acreditam que o próximo ano vai ver as tentativas contínuas de Teerã para fazer suspender as sanções remanescentes e atrair investimentos estrangeiros. No entanto, com o próximo presidente norte-americano propenso a tomar uma posição mais dura contra o Irã, as chances de quaisquer mudanças políticas e econômicas radicais na República Islâmica a curto prazo devem permanecer mínimas, escreveu a Lenta.ru.