Os curdos têm sido aliados cruciais de Washington em operações terrestres. Ancara vem demonstrando descontentamento perante vitórias das Unidades de Proteção Popular (YPG) nos campos de batalha.
Segundo ele, os turcos estão "tentando separar os EUA e os curdos". É por essa razão que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, "mencionou a participação da Turquia com os EUA durante um ataque em Raqqa", diz.
"Supostamente, o objetivo [da operação em Raqqa] seria expulsar o [Daesh], mas, com certeza, uma parte do objetivo seria prevenir o governo sírio de derrotar o [Daesh] e tomar o controle de Raqqa. Por isso, há muitas manobras acontecendo no momento, com forças turcas e forças especiais norte-americanas permanecendo no território da Síria", informou Sterling.
Cabe lembrar que a Turquia enviou suas Forças Armadas para o norte da Síria em 24 de agosto no âmbito da operação Escudo do Eufrates que visa expulsar o grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e em vários outros países) da região fronteiriça e prevenir o avance dos curdos em direção ao oeste. Erdogan e seus adeptos estão preocupados com a possibilidade de criação de região autônoma nesta área pelos curdos sírios, pois geraria instabilidade na Turquia.
Segundo o analista Anatoly al-Murid, "Washington está tentando criar uma grande região autônoma curda na Síria".
Ao mesmo tempo, o analista frisou que é "pouco provável" que a atual operação turca na Síria termine em um futuro próximo, destacando que as forças sírias enfrentam "desafio sério".
"Claro que a prioridade de Damasco no momento é expulsar terroristas de Aleppo. Essa será a tarefa número um. Caso eles alcancem o sucesso, eles poderão concentrar suas forças e atacar Daesh em Raqqa e provavelmente negociar com Ancara a saída das forças turcas do norte da Síria", indica Sterling.
Segundo ele, o recente ataque aéreo, durante o qual os aviões da coalizão liderada pelos EUA bombardearam uma base do exército sírio em Deir ez-Zor, não contribuiu para os esforços de Damasco no combate contra o Daesh.