O processo, cuja votação para abertura foi unânime, foi distribuído ao Conselheiro Américo Lacombe, que solicitou informações a Alexandre de Moraes. O ministro terá prazo de dez dias corridos para apresentar sua resposta. O prazo pode ser prorrogado.
No domingo, ao participar de campanha eleitoral em Ribeirão Preto (SP) com o deputado federal e candidato a prefeito Duarte Nogueira (PSDB-SP), o Ministro disse que "haveria mais Lava Jato" nesta semana.
"Falam, falam, mas quinta-feira teve uma [operação], sexta teve outra, essa semana vai ter mais. Quando vocês virem esta semana vão se lembrar de mim", afirmou ele a pessoas que participavam do evento eleitoral. No dia seguinte (26), a Polícia Federal deflagrou a 35ª fase de operação, que resultou na prisão do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci.
Para Mauro Menezes, "o episódio precisa ser analisado por causa do "manejo inadequado de informações privilegiadas" e também pelo ambiente eleitoral em que o pronunciamento de Alexandre Moraes foi feito."
"Há uma preocupação grande em evitar que qualquer autoridade se valha da sua condição para obter dividendos políticos eleitorais por conta do cargo. Não preocupa apenas à Comissão de Ética da Presidência da República, mas também à Advocacia-Geral da União, à Controladoria-Geral da União, e a todos os órgãos de controle, como a própria Justiça Eleitoral."
Depois de analisar o caso, a Comissão poderá recomendar punições para Alexandre Moraes, punições estas que vão desde uma simples advertência até a recomendação à Presidência da República para exoneração do Ministro.