'Tudo isso, por apoiar um ditador caminho de declínio'

© Sputnik / Mikhail AlaeddinCidade síria de Aleppo, 3 de setembro de 2016
Cidade síria de Aleppo, 3 de setembro de 2016 - Sputnik Brasil
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O ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, acredita que as ações russas na Síria podem levar ao isolamento e a uma ruptura diplomática.

Ao ser perguntado, no ar do programa Anch´Io (Io também), sobre as recentes declarações feitas na ONU pela embaixadora americana Samantha Power, o ministro criticou a ofensiva russo-síria em Aleppo.

Gentiloni disse que, se a Rússia continuar apoiando o governo de Bashar Assad (que ele descreveu como "um ditador que está no caminho de declínio"), ela "perderá o seu papel internacional".

No entanto, ele qualificou o papel internacional da Rússia de "êxito alcançado por Putin".

© Sputnik / Kirill Kallinikov / Acessar o banco de imagensO ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, e o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, após um encontro em março de 2016 em Moscou
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, e o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, após um encontro em março de 2016 em Moscou - Sputnik Brasil
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, e o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, após um encontro em março de 2016 em Moscou

MiG-23 da Força Aérea síria (arquivo) - Sputnik Brasil
Força Aérea síria bombardeia terroristas em Aleppo
"A mesa das negociações sobre a Síria, para a Rússia, junto com os Estados Unidos, é, entre aspas, um grande sucesso para Vladimir Putin do ponto de vista político. Eles perderão tudo se continuarem com esta ofensiva da Rússia e Síria a Aleppo. Não haverá mais o papel internacional, a Rússia se tornará completamente isolada", disse.

Se a Rússia não colabore para demitir Assad, insiste Gentiloni, "vai ser inevitável a ruptura diplomática internacional dramática".

"Tudo isso por apoiar um ditador que está no caminho de declínio", disse o ministro.

Há um ano, em 30 de setembro de 2015, a Rússia enviou os primeiros aviões de combate para a base síria de Hmeymim, com o fim de combater o grupo terrorista Daesh. A operação russa foi coordenada com o governo e exército do país árabe.

Ao mesmo tempo, atua no país uma coalizão internacional liderada pelos EUA, que combate os terroristas também. As partes têm tentado estabelecer contatos para melhor lutar contra o "inimigo mundial número um" — o Daesh; mas há também reproches mútuos. A mais recente situação embaraçosa foi o bombardeio de uma coluna das forças armadas governamentais sírias pela aviação da coalizão (os EUA, a Dinamarca e o Reino Unido confirmaram a sua participação). Samantha Power, na ONU, chamou isso de "erro" e culpou, por sua vez, a Rússia de bombardear civis inocentes em Aleppo, uma das principais cidades do país.

Em meados de agosto, a Itália começou também uma ofensiva contra o Daesh na Líbia, país que não tem nenhum, governo oficial no momento e é assolado por vestígios de uma guerra civil que data de 2011.

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