"Começámos o nosso projeto em 2013, quando as relações russo-americanas eram más, mas muito melhores do que são hoje", explicou Samuel Charap, pesquisador do instituto americano.
"Os EUA e a Rússia são potências do Pacífico e jogadores chave nos processos diplomáticos e nos formatos multilaterais. Ambos os países apostam na Ásia-Pacífico como na região mais importante de ponto de vista da prosperidade econômica e da segurança, especialmente no futuro. Em nossa opinião, se compararmos a Ásia-Pacífico com a região Euro-Atlântica ou com o Oriente Médio, veremos que EUA e Rússia têm muito mais interesses comuns do que divergências", disse Charap.
De acordo com o vice-diretor do instituto russo, Vasily Mikheev, quaisquer projetos multilaterais visam liberalizar o comércio e os investimentos, e também o aprofundamento da integração econômica na Ásia-Pacífico exige a atenção por parte da Rússia para perceber os cenários do futuro desenvolvimento.
"Um aspeto muito importante é que a Rússia tenta diversificar seus parceiros e as linhas de cooperação na Ásia-Pacífico para uma estratégia de desenvolvimento das regiões da Sibéria e do Extremo Oriente russo."
A Rússia não se limita a cooperar na região apenas com a China, ela "não fecha as portas a cooperações bilaterais ou multilaterais, se isto corresponder a seus interesses nacionais", frisou o especialista.
Para a Rússia, do ponto de vista dos interesses nacionais, é muito importante, em particular, a cooperação econômica com o Japão. A partir de agora, como disse o primeiro-ministro Abe, o Japão tem intenção de desenvolver a cooperação económica com a Rússia, não esperando um avanço no problema "dos territórios do norte".
"Chamo a vossa atenção para a mensagem da Kyodo, depois de uma reunião de Biden com Abe, onde se disse que os Estados Unidos saúdam as negociações para a normalização das relações entre a Rússia e o Japão. Vamos ver como isso vai acabar, mas, em qualquer caso, tanto a Rússia, como o Japão são dois estados independentes, que atuam sem olhar para outros países na construção das relações bilaterais políticas e econômicas."