Chefe do Pentágono promete aos adversários 'surpresas militares' na região do Pacífico

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Durante os próximos cinco anos os EUA pretendem gastar dezenas de bilhões de dólares para apresentar "várias surpresas" na região do Pacífico, anunciou o chefe do Pentágono Ashton Carter.

Ele afirmou que essas surpresas serão inesperadas e bastante criativas para os eventuais inimigos, mas que, ao mesmo tempo, serão destinadas a assegurar "paz, estabilidade e progresso". Para descobrir a essência de tais alegações, a agência Sputnik entrevistou especialistas russos em questões militares, que comentaram essa retórica por parte de Washington.

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Na opinião do especialista Konstantin Sivkov, o montante anunciado por Carter, ou seja, 40 bilhões de dólares para os próximos cinco anos, não pode ser considerada importante se comparada ao orçamento dos EUA equivalente a 660,7 bilhões de dólares. Pois além de modernizar, é necessário também adquirir, desenvolver e fornecer os novos armamentos.

"Parece mais que Ashton esteja pronunciando anúncios publicitários do que planos reais. Claro que é possível fazer algo com 40 bilhões de dólares, mais isso não será algo de excepcional", ressalta.

Sivkov acha que o Pentágono usa essa retórica para se tranquilizar. Segundo ele, para os especialistas que sabem calcular e comparar, o anúncio de Carter não é convincente.

Como exemplo ele fala de armas hipersônicas que têm sido desenvolvidas ao longo dos últimos 20 anos.

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O especialista russo sugere que as surpresas, possivelmente, terão caráter organizacional e técnico. Segundo ele, pode se tratar da instalação de um agrupamento de forças ou bases de mísseis terrestres. Neste caso, a Rússia "também poderá fazer uma surpresa" – instalar o sistema multimissão oceânico Status-6 que iria assegurar um ataque contra os EUA, ressalta.

Além disso, Ashton Carter falou sobre os planos de aumentar as capacidades dos submarinos Virginia triplicando seu arsenal de mísseis de cruzeiro Tomahawk. Mas Sivkov indica que aumento do número de mísseis vai prejudicar as características dos submarinos tornando-os mais vulneráveis.

O chefe do Pentágono revelou os planos de gastar mais de um bilhão para modernizar os bombardeiros estratégicos B-21, radares e a compra de mais de 500 caças da nova geração F-35.

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Embora Carter não tenha falado diretamente sobre quem serão os adversários, não é difícil adivinhar que se trata da Rússia e China.

"Quanto às surpresas, a Rússia tem conhecimento de todos os desenvolvimentos americanos. A Rússia está realizando projetos semelhantes, inclusive aviões hipersônicos e submarinos modernizados", indica Sivkov.

Ele opina que o valor revelado por Washington mostra à China as possibilidades reais dos EUA em conter o país na região. Certamente que a resposta da China será proporcional.

Outro especialista russo, Vladimir Evseev, sublinha que Pequim irá aumentar suas despesas militares e reforçar sua presença na região do Pacífico.

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