"Não sabemos o que recebeu em resposta. É possível que em troca desta decisão a Rússia tenha recebido uma outra concessão. Não creio que Moscou simplesmente tenha concordado com uma escolha pouco favorável para o país, ou seja, que o secretário-geral [da ONU] seja uma pessoa que representa um país do mesmo bloco que os EUA. Pensava que a Rússia votasse por uma candidata da Bulgária. Além de que Guterres não é da Europa de Leste [a Rússia apoiava a ideia de escolher o novo Secretário-Geral da ONU desta região – red.], ele também é de um dos países-membros mais antigos da OTAN".
"Podemos esperar que expresse desacordo se algum outro país manifestar falta de firmeza de princípios, mas, como representa um país da Aliança, é obrigado a seguir a política deste bloco. Com certeza, não fará isso em público <…>, mas não devemos esperar que o novo secretário-geral seja contra quaisquer ações da OTAN, mesmo se estas não corresponderem a resoluções da ONU", disse o diplomata sérvio, lembrando que, em 1999, a Aliança iniciou os bombardeamentos da Jugoslávia sem a autorização da ONU.
Ontem (5), na sexta e última votação dos candidatos a secretário-geral da ONU, António Guterrres, ex-primeiro-ministro de Portugal, recebeu nove votos de apoio necessários com nenhum voto contra entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A última votação decisiva será realizada hoje (6) na reunião do Conselho de Segurança, depois da qual o órgão recomendará o candidato escolhido à votação na Assembleia Geral da ONU.