Os EUA mantêm um verdadeiro império de bases militares em todo o mundo, cerca de 800 em mais de 70 países. Muitos vêm nisto um símbolo de potência mundial dominante. Mas existem algumas razões justas que indicam que chegou a hora de fechá-las.
Antes de tudo, as bases não protegem os EUA de ataques diretos, diz Glaser. "A implantação de 80.000 soldados em 350 instalações da Europa não tem relação direta com a segurança física dos norte-americanos", destaca o analista como exemplo. Ao mesmo tempo, Glaser diz que o país está bem protegido por dois oceanos e um arsenal nuclear.
Em segundo lugar, o chamado "efeito de contenção" das bases militares está supervalorizado. Ainda mais, o efeito pode ser contrário ao esperado: por exemplo, a expansão da OTAN para o leste da Europa provocou sérias preocupações em Moscou e alterou a estabilidade na região.
Em quarto lugar, as bases podem causar descontentamento entre a população local: em junho de 2016, em Okinawa, 65.000 pessoas protestaram contra a presença dos militares norte-americanos.
Em quinto lugar, a presença de bases militares em um determinado país pode levar a que Washington se veja obrigado a manter seu "regime ditatorial". Algo que aconteceu, por exemplo, no Bahrein, onde se localiza a base principal da V Frota dos Estados Unidos, ressalta o analista no artigo publicado na edição Time.
Em sexto lugar, os EUA podem ser envolvidos em uma guerra desnecessária devido às suas instalações militares. Por exemplo, no caso do conflito no mar do Sul da China Washington terá que intervir para cumprir as promessas de segurança feitas a Taiwan, Japão e Filipinas.
Em conclusão, John Glaser frisa que os EUA não devem intervir de modo militar em todo o mundo antes de aparecer uma ameaça clara e óbvia à segurança nacional do país.