Rahman Hariri, professor da Universidade de Teerã e especialista em relações internacionais, em entrevista à Sputnik Persa analisou a situação relativamente à organização anti-iraniana detalhadamente. Apresentamos sua vista quase na íntegra, com poucas omissões.
Como tudo começou?
A organização Unidos contra o Irã Nuclear (UANI) foi criada em 2008, sob influência da CIA e do lobby israelense, por Mark D. Wallace, que depois se tornou o chefe da organização, Jim Woolsey, Richard Holbrooke e Dennis Ross. O chefe da organização é também ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU, membro do Partido Republicano americano e amigo de George H. W. Bush (pai, ex-presidente americano). O presidente da organização é o político famoso Gary Samore, antigo conselheiro de Barack Obama para as questões de controle de armamento e armas de destruição em massa.
Não obstante a organização se posicionar como não-governamental, ela foi criada por pessoas muito próximas da política da Casa Branca e do Congresso dos EUA.
Considerando as ações da organização, também se torna bastante claro que seu objetivo é a criação de uma espécie de iranofobia na cena internacional. Oficialmente, ela tem ainda outros objetivos: informar a opinião pública sobre a natureza do regime político no Irã; aumentar o nível de informação nos EUA e no mundo sobre a ameaça de obtenção pelo Irã de armas nucleares; realizar políticas para que o Irã deixe de ter planos para criação de armas nucleares; tomar medidas sociais, econômicas, políticas e diplomáticas nos níveis nacional e internacional seguindo as linhas acima mencionadas.
Não há dúvidas que a organização Unidos contra o Irã Nuclear é patrocinada por várias estruturas internacionais, inclusive pelo Comitê Americano Israelense de Relações Públicas, que é uma das maiores estruturas lobísticas americano-israelenses nos EUA. Outro patrocinador é o Partido Republicano dos EUA que tem claramente uma atitude muito negativa relativamente ao Irã. Também os países árabes do Golfo Pérsico, que sempre tentaram minimizar as relações com o Irã nas áreas civil e militar e que ganharam muito com a introdução das sanções.
O que esconde a organização?
Em seguida, o fato que por apoiar a organização o governo realiza de fato uma política contraditória, o que causa muitos danos às relações diplomáticas e a diminuição da vontade iraniana de seguir o Plano de Ação Conjunto Global (quer dizer, o acordo com o sexteto relativamente ao programa nuclear iraniano).
Finalmente, o trabalho diplomático encoberto contra o Irã, ou seja, um trabalho que visa minar a posição do país na arena mundial.