A opinião é do comentarista de Segurança Pública, Paulo César Amêndola, coronel da Polícia Militar do Estado do Rio, criador da unidade de elite da PM, o Bope – Batalhão de Operações Especiais.
Em entrevista à Sputnik Brasil, ele comenta os graves incidentes ocorridos na segunda-feira, 10, na área da comunidade Pavão-Pavãozinho, situada nos bairros de Copacabana e Ipanema.
O confronto terminou com três suspeitos mortos e três policiais militares feridos. Oito bandidos foram presos. Seis deles, sendo dois feridos, entregaram-se quando se viram encurralados na mata, na parte mais alta da favela.
Na terça-feira pela manhã, o policiamento estava reforçado em toda a área dos dois bairros, Copacabana e Ipanema, porém mesmo assim a tensão ficou muito grande entre a população.
Na opinião de Paulo César Amêndola, o ataque à UPP aconteceu como parte da estratégia da criminalidade de tentar intimidar a Polícia:
“Quando criminosos atacam uma Unidade de Polícia Pacificadora, eles estão querendo mostrar que não aceitam a presença policial junto à comunidade, até porque a UPP é um dos maiores acertos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, porque o projeto está voltado para a segurança e assistência aos moradores da área. Então, não interessa aos bandidos que a Polícia seja vista com bons olhos pela população.”
Na opinião de Amêndola, embora a situação da segurança pública no Rio de Janeiro seja muito grave, existe uma fórmula para conter a violência:
“É o trabalho de integração entre as autoridades estaduais e municipais. Sem esta integração, nenhuma política de segurança vai funcionar. Os Governos estadual e municipal têm de estar presentes nas comunidades, proporcionando aos seus moradores meios de satisfazer suas necessidades. Não basta apenas policiar nem reprimir o crime. O mais importante é que a população perceba governos atuantes na área em que mora.”