Segundo Sawiris, trata-se do "maior grupo de credores" da quarta maior empresa de telecomunicações do Brasil. A respectiva parceria foi anunciada na terça-feira, quatro meses depois da apresentação do pedido de recuperação judicial por parte da empresa.
Quando perguntado sobre se o objetivo da parceria seria o controle total do processo de reestruturação da dívida da Oi, o bilionário egípcio respondeu que os credores associados querem o controle para "coordenar a companhia".
"Eu acredito que nós seremos capazes de tirar a empresa da situação atual para torná-la uma empresa bem-sucedida e positiva", disse Sawiris.
Procurada pela Sputnik, a assessoria de imprensa da Pharol se recusou comentar sobre o assunto. A assessoria da Oi também não deu comentários.
Contato com presidente
Uma recente matéria da Folha de São Paulo mencionou Naji Nahas, amigo de Naguib Sawiris, alegando que ele teria sido usado pelo empresário egípcio para contatar o presidente Michel Temer e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Sawiris confirma que há contatos nos altos círculos políticos brasileiros:
"O senhor Nahas é um amigo íntimo meu, e ele não está ligado a isso. Nós já tivemos um encontro com o presidente do Brasil, nós tivemos um encontro com o ministro das Telecomunicações, nós tivemos um encontro com o ministro da Infraestrutura, nós já tivemos encontros com todas as partes expressando o nosso interesse. Agora, sabe, o processo segue completamente de acordo ao plano do governo. Nós não vamos participar do processo. Nós não pedimos nenhum favor especial. Nós só vamos apresentar o nosso plano para a indústria. Nós não precisamos de nenhum favor especial."
Encontros com políticos são parte essencial da agenda de viagens do empresário, confessou o bilionário:
"Eu também tive um encontro com o presidente da Argentina e com o presidente do Chipre. Em cada país que eu vá, eu me encontro com seu presidente. Todos os países do mundo querem atrair investimentos, sabe. É a tarefa primária de qualquer presidente – saudar os investidores."
Segundo várias fontes, o colapso da Oi poderia acarretar a crise de outras empresas que fazem parte do grupo. Por isso, deve haver uma solução equilibrada para satisfazer todas as partes: a empresa em recuperação e seus credores.