Por que o futuro do conflito sírio depende da situação em Aleppo?

© AFP 2023 / KARAM AL-MASRI Região controlada por rebeldes em Aleppo - foto de 29 de julho de 2016
Região controlada por rebeldes em Aleppo - foto de 29 de julho de 2016 - Sputnik Brasil
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A ONU recebeu uma resposta negativa do grupo terrorista Frente al-Nusra (proibido na Rússia e nos outros países) à proposta do representante especial da Organização para a Síria da sua retirada de Aleppo oriental, mas considera que a saída dos militantes da cidade será efetuada.

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A informação foi divuglada nesta quinta-feira (13) o vice-representante da ONU para a Síria Ramzi Ezzeldin Ramzy.

Há que lembrar que o representante especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, ofereceu em 6 de outubro aos militantes da Frente al-Nusra, cujo número é de 900 elementos, a possibilidade de abandonar a cidade com armas na mão. A Rússia declarou que a proposta de de Mistura devia ser considerada.

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O diretor do Centro de Pesquisa de Relações Internacionais de Teerã, Majid Zavari, contou à Sputnik Persa sobre a situação em Aleppo e sua importância para o futuro do conflito sírio.

O especialista explicou porque Aleppo tem importância estratégica para todas as partes envolvidas na crise síria. Em sua opinião, ela tem uma localização estratégica muito atraente porque liga as partes setentrionais, do noroeste e do nordeste às regiões centrais. Além disso, a proximidade à Turquia tem assegurado a Aleppo o estatuto de capital econômica.

"Sem dúvida, isso não era um segredo para os terroristas, que afetaram uma parte significativa do seu orçamento e recursos humanos para estabelecer o controle sobre Aleppo.Assim, a liberação de Aleppo significará a eliminação de contatos dos extremistas com seus financiadores no território da Turquia, em primeiro lugar, <…> e abrirá caminho das forças de resistência para Idlib. Além disso, o governo de Assad poderá usar a liberação de Aleppo como um trunfo político nas negociações com o Ocidente e obrigar os EUA e a Arábia Saudita a rever suas posições em relação a si próprio", disse.

O terceiro cenário, chamado "no fogo", consiste na luta entre os vários grupos terroristas na região. Isso não significa o desaparecimento de ideias extremistas e a Síria pode se tornar em um novo Afeganistão, onde o enfraquecimento inicial dos terroristas evoluiu mais tarde para uma sua recuperação.

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Entretanto, a coalizão ocidental tenta manter um balanço na região de Aleppo e sua liberação prejudicará tal posição.

O especialista afirmou que vê três cenários para o futuro dos movimentos extremistas na Síria. O primeiro é a "dança atrás das costas". Mantendo suas posições na Síria, os terroristas preparam um ataque contra a Arábia Saudita, uma ideia que é apoiada pela Al-Qaeda. Neste caso pode surgir uma grande coalizão de grupos terroristas que coloquem uma ameaça ao Ocidente e ao mundo xiita.

Esta coalizão já tem apoios na Europa que é o grande número de refugiados. O segundo cenário é a mutação das forças terroristas. Os grupo terroristas podem se transformar em grandes fluxos de extremistas. O Ocidente não conseguirá manter o controle sobre os terroristas. Este cenário está ligado a um enfraquecimento gradual dos extremistastas.

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