De acordo com o relatório, há uma disparidade entre os países latino-americanos no que diz respeito ao acolhimento de refugiados, e o Brasil teria mais estrutura para aumentar o apoio a essas pessoas.
"O Panamá é a 76ª economia do mundo em termos de PIB bruto, tem 4 milhões de habitantes em um território menor que o estado de Pernambuco e já abriga 3.400 pessoas refugiadas; a Costa Rica é 75ª economia mundial, tem em torno de 5 milhões de habitantes em um território um pouco maior do que o do estado do Espírito Santo e abriga 3600 pessoas refugiadas. Já o Brasil é a 9ª maior economia, sua população de 210 milhões de habitantes está amplamente espalhada em um território de dimensões continentais e, no entanto, abriga apenas 9 mil pessoas refugiadas."
A proposta da organização humanitária internacional é a de que os membros do CONARE (Comitê Nacional para Refugiados) e representantes do executivo federal organizem ainda este ano, um programa destinado a refugiados de Honduras, Guatemala e El Salvador, da mesma forma como foi feito para os refugiados sírios, e ampliar a partir de janeiro de 2017 o seu programa de Reassentamento Solidário de forma que ele passe a incluir pessoas de nacionalidade salvadorenha, hondurenha e guatemalteca, para receber uma quantidade significativa de pessoas em relação à escala da crise na América.
Além disso, a Anistia também recomenda, que tanto o governo quanto a sociedade civil brasileira devem pressionar os governos da América Central a implementarem políticas de proteção às pessoas que retornam a seus países de origem após serem deportadas e a implementar políticas de prevenção e redução de violência armada para permitir condições de vida dignas à população local e prevenir seu deslocamento forçado.