O líder turco deixou bem claro que o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein não convidou os americanos a entrarem no país em 2003.
Vale lembrar que os EUA e seus aliados invadiram o Iraque em março de 2003 e retiraram oficialmente suas tropas em 2011. Cerca de 200.000 soldados e civis morreram devido à guerra que, por um lado, levou à derrubada do governo de Saddam Hussein e, por outro, segundo analistas, facilitou a disseminação do Daesh (proibido na Rússia e em vários outros países) no território do Iraque.
As autoridades iraquianas, porém, são contra a presença das forças turcas no país, cuja base fica no campo de Bashik, no norte.
Segundo Erdogan, "a operação que visa liberar Mossul conta com a participação de países que não têm nada a ver com a região".
"Então por que o governo do Iraque não recusou àqueles que se encontravam no país sem qualquer convite? Será que Saddam Hussein os convidou há 14-15 anos? Apesar disso, eles entraram no país. Foi derramado sangue, morreu mais de um milhão de pessoas", declarou Erdogan, ao discursar no Congresso Internacional de Direito de Istambul citado pela agência Anadolu.
Em 16 de outubro, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, anunciou o início da operação militar para liberar a cidade de Mossul, no norte do Iraque, da ocupação do Daesh.
Mossul, considerada a segunda maior cidade do Iraque, tem cerca de 700 mil habitantes. O exército iraquiano e as milícias xiitas e curdas, apoiados pela força aérea da coalizão internacional liderada pelos EUA, estão tentando desde o mês de março liberar a cidade do Daesh, que ocupou Mossul em junho de 2014.