Segundo o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Washington não tem recursos para apoiar os militantes em Aleppo. Eles não conseguem se opor ao exército sírio e à Força Aeroespacial russa.
Entretanto, o futuro da Síria depende do resultado da batalha de Aleppo. Se o governo sírio retomar o controle sobre a cidade isso ajudará muito a reforçar as posições do presidente Bashar Assad, notou o jornal.
A pausa humanitária em Aleppo é um sinal que a Rússia e os EUA estão prestes a negociar a divisão de áreas de influência no Oriente Médio, disse Sergei Ermakov, analista sênior do Instituto Russo de Estudos Estratégicos.
"Ambos, a Rússia e os EUA, precisam de uma vitória na região. Com efeito, o combate por Aleppo e a liberação de Mossul no Iraque demonstram a demarcação de zonas de influência no Oriente Médio ao longo da linha Rússia-EUA", disse ele à Svobodnaya Pressa.
Declarando a pausa humanitária em Aleppo, a Rússia provou que está agindo em concordância com o direito internacional, inclusive fornecendo corredores para os residentes da cidade atacada, disse Ermakov. Além disso, a pausa pode ser usada pelo exército sírio para se reforçar e se reagrupar.
A pausa nos combates em Aleppo também tem objetivos práticos, disse Mikhail Aleksandrov da Universidade de Relações Internacionais de Moscou.
"Segundo o Ministério da Defesa, os militantes que largaram as armas estão abandonando a zona de operações militares através dos corredores. Isso facilitará o futuro assalto a Aleppo. Quantos mais militantes a abandonarem, tanto menos esforços serão precisos para retomar o controle sobre a cidade. A pausa também ajudará a diminuir o número de baixas entre civis", destacou Aleksandrov.