Israel afirma que papiro recém-descoberto sustenta sua reivindicação a Jerusalém

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Arqueólogos israelenses publicaram um fragmento de um papiro que, segundo eles, é a mais antiga referência hebraica a Jerusalém fora da Bíblia – uma descoberta da qual o governo rapidamente se apropriou para listar como evidência da conexão judaica com a cidade santa.

O pedaço de papiro, de 11 cm por 2,5 cm, datado pela Autoridade de Antiguidades de Israel como sendo do século 7 a.C., foi apresentado em uma conferência de imprensa em Jerusalém logo após a UNESCO ter aprovado uma resolução que, segundo Israel, negava a ligação do judaísmo com a antiga cidade, segundo relata a Reuters nesta quarta-feira (26).

Duas linhas do texto, em hebraico, sugerem que o fragmento era parte de um documento que detalhava o pagamento de impostos ou a transferência de bens para armazéns em Jerusalém.

"Da serva do rei, de Na'arat, jarros de vinho, para Jerusalém", lê-se no papiro.

As autoridades israelenses disseram que seus investigadores recuperaram o documento, descrito como "a mais antiga fonte extra-bíblica a mencionar Jerusalém em escrita hebraica", depois que ele havia sido saqueado de uma caverna por ladrões de antiguidades.

​Para o governo de Israel, o papiro é uma refutação à UNESCO, organização científica e cultural da ONU.

"Ei, UNESCO, um antigo papiro datado do 1º Templo 2.700 anos atrás foi encontrado. Ele carrega a mais antiga menção conhecida de Jerusalém em hebraico", escreveu Ofir Gendelman, um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em sua página no Twitter.

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A resolução da UNESCO, de acordo com um texto fornecido por autoridades palestinas, refere-se a um complexo de Jerusalém, reverenciado pelos judeus como Monte do Templo e pelos muçulmanos como Al-Haram ash-Sharif (Nobre Santuário), apenas como um "local sagrado de culto muçulmano". Há duas semanas, Israel atacou a UNESCO devido à renovação de uma resolução semelhante, que condena as restrições de acesso muçulmano ao local sagrado, que fica em uma parte de Jerusalém capturada pelas forças israelenses na guerra de 1967.

Israel considera toda a Jerusalém como sua capital, uma posição que não é reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinos, por sua vez, querem Jerusalém Oriental como a capital de um Estado independente que eles procuram legitimar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

​"A descoberta do papiro em que o nome de nossa capital Jerusalém está escrito é mais uma evidência tangível de que Jerusalém foi e continuará a ser a eterna capital do povo judeu", disse a ministra da Cultura de Israel, Miri Regev, em comentários incluídos no anúncio da descoberta.

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