O pedaço de papiro, de 11 cm por 2,5 cm, datado pela Autoridade de Antiguidades de Israel como sendo do século 7 a.C., foi apresentado em uma conferência de imprensa em Jerusalém logo após a UNESCO ter aprovado uma resolução que, segundo Israel, negava a ligação do judaísmo com a antiga cidade, segundo relata a Reuters nesta quarta-feira (26).
Duas linhas do texto, em hebraico, sugerem que o fragmento era parte de um documento que detalhava o pagamento de impostos ou a transferência de bens para armazéns em Jerusalém.
"Da serva do rei, de Na'arat, jarros de vinho, para Jerusalém", lê-se no papiro.
As autoridades israelenses disseram que seus investigadores recuperaram o documento, descrito como "a mais antiga fonte extra-bíblica a mencionar Jerusalém em escrita hebraica", depois que ele havia sido saqueado de uma caverna por ladrões de antiguidades.
Para o governo de Israel, o papiro é uma refutação à UNESCO, organização científica e cultural da ONU.
Hey UNESCO,an ancient papyrus dating to the 1st Temple 2700 yrs ago has been found. It bears the oldest known mention of Jerusalem in Hebrew pic.twitter.com/eBlEaDPjzC
— Ofir Gendelman (@ofirgendelman) 26 октября 2016 г.
"Ei, UNESCO, um antigo papiro datado do 1º Templo 2.700 anos atrás foi encontrado. Ele carrega a mais antiga menção conhecida de Jerusalém em hebraico", escreveu Ofir Gendelman, um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em sua página no Twitter.
Israel considera toda a Jerusalém como sua capital, uma posição que não é reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinos, por sua vez, querem Jerusalém Oriental como a capital de um Estado independente que eles procuram legitimar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
If I forget you,Jerusalem,may my right hand forget its skill.May my tongue cling to the roof of my mouth if I do not remember you… pic.twitter.com/b4BKRy6sAk
— Israel in UNESCO (@israelinunesco) 25 октября 2016 г.
"A descoberta do papiro em que o nome de nossa capital Jerusalém está escrito é mais uma evidência tangível de que Jerusalém foi e continuará a ser a eterna capital do povo judeu", disse a ministra da Cultura de Israel, Miri Regev, em comentários incluídos no anúncio da descoberta.