Foi assim que os especialistas russos comentaram à Sputnik China o contrato firmado entre a empresa estatal chinesa China Communications Construction Company (CCCC) e a companhia Mega Harbour Port and Development Inc. que prevê construção de infraestruturas nas ilhas artificiais.
Nas suas relações com a China Manila aposta no pragmatismo. Uma evidência disso é a recente visita de Rodrigo Duterte à China, durante a qual foi acordada a execução do primeiro projeto conjunto.
Na opinião de Alexey Fenenko, especialista da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de Moscou, a China fez uma hábil jogada diplomática.
"Penso que neste contexto se vê uma tentativa da China de quebrar a frente unida das Filipinas com o Vietnã", considera Fenenko.
A especialista do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia Elena Fomicheva informou à Sputnik China que o projeto do qual participam a CCCC e a Mega Harbour Port and Development Inc. deve ser examinado somente no contexto do triângulo das relações China-EUA-Filipinas.
Segundo ela, o primeiro passo foi dado por Duterte quando ele fez sua visita à China.
"Respondendo às críticas dos EUA sobre o respeito pelos direitos humanos na luta contra os narcotraficantes nas Filipinas, Duterte declarou que poderá se despedir dos EUA e iniciar a cooperação com a China e a Rússia. E os chineses aproveitaram rapidamente essa ocasião", destaca Fomicheva.
Segundo Zhou Jingbo, presidente do conselho executivo da empresa CCCC, o projeto conjunto levará as relações dos dois países para um novo nível qualitativo.
Ao mesmo tempo Chen Shishun, diretor do Centro de Pesquisas do Pacífico Sul do Instituto de Problemas Internacionais da China, afirma que o lado filipino sabe que a China possui vantagens evidentes nas tecnologias de criação de ilhas artificiais. Segundo ele, esse fator desempenhou um papel importante na escolha do parceiro para o projeto.