A Sputnik Sérvia falou com o deputado e descobriu o porquê da insatisfação do político com a política da OTAN e do Ocidente em geral.
"Obrigado por não censurar informações verdadeiras e por permitir que pessoas com opiniões diferentes da maioria expressem sua posição. Na mídia croata, esse é um tema proibido", disse Pernar sobre a Sputnik e sobre a mídia croata.
O deputado afirmou que as declarações sobre a melhoria da vida dentro da União Europeia são somente histórias e que a OTAN, organização responsável pela garantia da paz e estabilidade, na verdade, garante coisas opostas.
"Ao invés de proteger a liberdade nacional e a soberania dos países, a Aliança os viola e os mina. Ao invés de garantir a democracia <…> a OTAN apoia a queda dos governos legítimos com ajuda de bombardeamentos. A OTAN representa uma ameaça para todo o mundo como um dia representou a Alemanha de Hitler. Se a Rússia não existisse, ninguém seria contra e os Estados Unidos poderiam bombardear e sentenciar a devastação e eliminação de qualquer país que se opusesse a servi-los", disse.
"É preciso compreender que Putin expressa opinião não somente da Rússia, expressa a opinião das pessoas silenciosas do planeta que estão fartas da tirania e da ditadura da FMI, Banco Mundial, governo norte-americano e da OTAN, assim como da ala militar da FMI e dos EUA. Quem não quer ficar de joelhos perante os novos donos do mundo são reconhecidos como 'indesejáveis'", disse.
Além disso, Pernar contou que os seus colegas no parlamento lhe aconselharam a ficar calado, pois não se sabe o que pode acontecer caso o discurso seja ouvido pelo embaixador norte-americano. O deputado tem esperanças de que a União Europeia acorde, desintegre-se e volte a sua soberania, realizando uma política centrada nos interesses próprios. Na opinião do deputado, a OTAN traz somente prejuízo para todos.
"Os EUA fazem-se de tolos, primeiro provocam o caos e depois falam 'resolvam tudo vocês mesmos'. É impossível imaginar tal posição da Rússia. A operação russa na Síria baseia-se nos princípios do direito internacional, o país foi convidado pelo governo legítimo sírio, enquanto os EUA realizam uma intervenção que não possui razões legítimas, e, é por isso que os EUA não reconhecem o Tribunal Criminal em Haia. É proibido processar presidentes e generais norte-americanos por crimes, os EUA não são penalizados e ninguém mais pode ou ousa fazê-lo".