"Muitas pessoas parecem sentir-se perfeitamente confortáveis com esta animosidade contra a Rússia” – destaca colunista britânico Tim Black. Como exemplo, ele cita a cidade síria de Aleppo e argumenta, que, para muitos políticos ocidentais é vantajoso colocar a culpa na Rússia para assumir o papel de "defensores da paz".
Ao mesmo tempo, segundo ele, o Ocidente faz vista grossa à sua própria cumplicidade na destruição da Síria, ao seu “desejo ignorante" de derrubar o presidente Bashar Assad e de apoiar os jihadistas, e isso sem mencionar o seu próprio bombardeio à Síria e ao Iraque ao longo de anos.
Em seguida, o artigo denuncia as incitação para uma nova Guerra Fria, com destaque para as acusações apresentadas à Rússia com relação ao seu suposto envolvimento em ataques cibernéticos contra o sistema eleitoral dos EUA.
“Não é preciso ser um estudante de relações internacionais para se dar conta de que a indignação pela interferência da Rússia – segundo os EUA – nas eleições americanas é um pouco exagerada, levando em conta que os próprios EUA interviram por décadas em assuntos democráticos de outras nações” – explica o Tim Black.
O sonho de recriar um tipo de Império russo não de Putin, mas sim de alguns políticos ocidentais que sentem falta de “‘certezas’ associadas à época da Guerra Fria”, defende o artigo.
“O problema aqui não está na Rússia, mas na imagem da Rússia que se instala na mente coletiva do Ocidente. Isso alimenta as tensões já existentes e potencialmente converte disputas negociáveis em conflitos abertos” – escreve Tim Black.
“A Rússia não é o inimigo mortal do Ocidente, mas a admissibilidade de sentimentos anti-russos é tão notável”, que evoca suspeitas com relação ao real motivo disso tudo, conclui o autor.