Mas porque a UE agora parece pôr fim à retórica sobre monopolismo e procura chegar a acordo com Gazprom?
A União Europeia quer diversificar os fornecimentos energéticos e assegurar entregas de gás russo. É por esta razão que a Comissão Europeia aumentou o acesso da Gazprom ao gasoduto OPAL na Alemanha.
Anteriormente, de acordo com as restrições europeias, a russa Gazprom só podia usar 50-55% da capacidade do gasoduto para transportar seu gás através a Alemanha para a República Tcheca. Mas a recente decisão de retirar as restrições permite ao lado russo usar a capacidade quase total do gasoduto – mais 40%.
Os restantes 10% estão reservados para outros países, segundo divulgou a fonte.
A decisão da Comissão Europeia indica uma mudança drástica relativamente Gazprom, acha Georges Estievenart, chefe do Instituto Prospectivo e de Segurança da Europa, localizado em Bruxelas.
"É óbvio que aconteceu uma mudança. Foi feito um aviso sobre a questão energética, especialmente no contexto da crise ucraniana. Os geopolíticos tiveram influência sobre a posição da Comissão Europeia relativamente ao problema", disse ele à Sputnik França.
Na opinião dele, há duas razões pelas quais a Europa quer atingir um acordo com a Gazprom. Primeiramente, a Europa quer ter fornecimentos energéticos fiáveis "especialmente no âmbito do esgotamento das reservas de gás na Holanda".
"A segunda razão é a instabilidade política, especialmente em relação à Síria e Ucrânia", notou Estievenart.