As pessoas de Melanésia, uma região no sul do Pacífico que abrange a Papua Nova Guiné e as ilhas vizinhas, podem ser a evidência genética de uma espécie previamente desconhecida de hominídeo extinto, relatou Ryan Bohlender, geneticista da Universidade do Texas, EUA, durante reunião anual da Sociedade Americana de Genética Humana (ASHG, por sua sigla em Inglês).
"Estamos perdendo uma população ou algo sobre as relações está mal entendido", disse ele.
Enquanto muitos fósseis dos Neanderthais foram encontrados na Europa e Ásia, os Denisovas são conhecidos apenas a partir do DNA de um osso do dedo e um par de dentes encontrados em uma caverna siberiana.
De acordo com o estudo, os genes que os descendentes dos europeus herdaram dos Neanderthais são associados a vários problemas de saúde, tais como ataques cardíacos ou vírus do papiloma humano (HPV). Ao mesmo tempo, os europeus e asiáticos têm uma quantidade similar — 2,8% — de ADN neanderthal. Mas no que se refere ao ADN Denisova, os melanésios modernos transportam 3% desse ADN, em comparação com a ausência do ADN melanésio entre os europeus e apenas 0,1% entre os asiáticos modernos.
"Bohlender e seus colegas concluíram que um terceiro grupo de hominídeos pode ter coexistido com os ancestrais dos melanésios," comentaram os geneticistas à Science News. "A história humana é muito mais complicada do que nós pensávamos", disse Bohlender.
"Nós ainda não sabemos quem é", disse o pesquisador Eske Willerslev.
Entretanto, poderia ser outro ramo dos Denisovas, que ainda não são bastante investigados, diz Mattias Jakobsson, geneticista da Universidade de Uppsala (Suécia).
"Os humanos modernos e arcaicos se encontraram em numerosas ocasiões e tiveram muitos filhos", disse ele.