Ele decidiu partilhar da sua opinião após a sua recente visita a Pyongyang.
"A 'cortina de ferro' funciona em ambas as direções. Tal como um analista comum americano tem uma ideia bastante deformada sobre a Coreia do Norte, os norte-coreanos têm uma ideia bastante estranha sobre os EUA. Quer dizer, na Coreia do Norte ainda não existe um estudo sério da política interna americana, história e cultura, por isso eles têm pouco entendimento sobre a base socio-cultural na qual se baseiam as decisões políticas e é por isso que eles erram em prever as consequências," disse.
Nesta situação, a Coreia do Norte declara a sua capacidade de criar armas nucleares, quer dizer mísseis e ogivas nucleares, mas tais declarações colocam o lado americano frente a um dilema político difícil de resolver.
Para a elite americana é inaceitável psicologicamente "mudar de estilo de comunicação com a Coreia do Norte, no sentido de realizar verdadeiras negociações e não simplesmente deixar o tempo passar ou formar uma 'coalizão de pressão', é inaceitável psicologicamente", destacou.
Ao mesmo tempo Asmolov destaca que as autoridades americanas também fizeram erros nas previsões e cálculos, seguindo a política de "paciência estratégica", esperando que, como resultado das sanções, a Coreia do Norte simplesmente se desmoronaria. Aconteceu o inverso: o país decidiu "fazer limonada com os limões oferecidos" e, recentemente, a ameaça norte-coreana passou de fictícia a verdadeira ameaça.
O especialista em assuntos coreanos sublinha que, um dia, o lado norte-coreano criará algo que poderia atingir o território americano e, nesta situação, mesmo se o exército dos EUA destruísse completamente a Coreia do Norte, se pelo menos um míssil atingir o continente americano, a vitória nunca seria completa por razões políticas, econômicas e psicológicas.
A situação poderá ter uma saída, tendo em conta os cada vez mais intensos contatos entre representantes dos EUA e a Coreia do Norte — por isso o especialista sugere que na elite americana há pessoas que compreendem a situação mais profundamente do que parece e estão prontas para procurar uma solução ou compromisso a fim de estabilizar a situação na península.
Mas só após as eleições presidenciais ficará claro que ponto de vista prevalecerá — o compromisso ou a continuação da retórica, que não leva a nada de bom.